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Mercado imobiliário mantém forte dinamismo
A conjuntura da construção divulgada pela AICCOPN, revela que no 2.º trimestre de 2025, de acordo com os dados publicados pelo INE, o mercado habitacional evidenciou uma dinâmica particularmente intensa.
Neste período foram transaccionados 42.889 alojamentos, número que representa um acréscimo homólogo de 5.764 unidades e corresponde a uma variação positiva de 15,5% face ao trimestre homólogo de 2024. Em termos de valor, o volume global das transações atingiu 10.270 milhões de euros, reflectindo um crescimento expressivo de 30,4%. Nesse mesmo período, o Índice de Preços da Habitação registou um novo máximo histórico, ao evidenciar uma variação homóloga de 17,2%. Em comparação com o trimestre precedente, observou-se ainda uma evolução de 4,7%, confirmando a tendência de valorização acelerada dos preços residenciais, já observada em trimestres anteriores.
O forte dinamismo do mercado imobiliário encontra expressão também na evolução dos processos de licenciamento. Nos primeiros sete meses de 2025, as autarquias emitiram um total de 15.846 licenças, mais 1.445 do que em igual período de 2024, correspondendo a uma variação homóloga de 10%. No que se refere à área licenciada em edifícios, até Julho observou-se um crescimento acumulado de 18,1% no segmento habitacional, em contraste com uma expansão mais moderada de 2,1% no caso dos edifícios não residenciais.
Em paralelo, o mercado de crédito à habitação tem vindo a registar um crescimento expressivo ao longo de 2025. Excluindo renegociações, o montante de novo crédito apresentou, em agosto, uma variação homóloga acumulada de 37,7%. Este desempenho confirma a manutenção de uma dinâmica robusta no financiamento a particulares, reforçando o papel do crédito como suporte essencial à procura habitacional.
A conjuntura da AICCOPN indica ainda que no mercado das obras públicas, os indicadores evidenciam uma trajectória de forte crescimento da actividade. Até Agosto de 2025, o montante total dos concursos de empreitadas promovidos ascendeu a 7.915 milhões de euros, mais 28% do que em igual período de 2024. No mesmo período, o valor das empreitadas com contratos celebrados e registados no Portal Base atingiu 3.948 milhões de euros, correspondendo a um acréscimo homólogo de 48%.
Importa, no entanto, referir que o consumo de cimento no mercado nacional totalizou 2.656,9 milhares de toneladas até Agosto de 2025, correspondendo a uma variação homóloga acumulada negativa de 1,6%. Esta evolução contrasta com a trajectória expansiva observada quer no mercado residencial, quer no segmento das obras públicas, sugerindo que a actividade do sector não se tem traduzido de forma proporcional no consumo deste material essencial.