Logo Diário Imobiliário
CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
JPS Group 2024Porta da Frente
Habitação
Mais de um quarto da população em risco de pobreza em sobrecarga com despesas de habitação

Ilustração Freepik

Mais de um quarto da população em risco de pobreza em sobrecarga com despesas de habitação

10 de julho de 2025

Mais de um quarto da população em risco de pobreza em Portugal (25,9%) encontrava-se em sobrecarga com despesas de habitação no ano passado, revela hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento mostraram uma melhoria das condições físicas de habitação, com a taxa de sobrelotação a diminuir para 11,2% e a taxa de privação severa das condições de habitação a diminuir para 4,9%.

Em ambos os indicadores, a maior carência habitacional afectava principalmente as famílias com crianças dependentes e as famílias em risco de pobreza.

As regiões autónomas apresentavam condições habitacionais mais desfavoráveis, enquanto as regiões do Centro e do Oeste e Vale do Tejo surgiam com melhor desempenho.

Em contrapartida, registou-se um agravamento nas condições financeiras associadas à habitação em relação a 2023, quer em termos da carga mediana das despesas em habitação (que aumentou para 12,0%), quer no que respeita à taxa de sobrecarga das despesas em habitação (que subiu para 6,9%).

"A proporção de pessoas que viviam em condição de privação habitacional diminuiu", assinala o INE.

“À semelhança dos anos anteriores, o risco de viver numa situação de insuficiência do espaço habitacional era mais significativo para a população em risco de pobreza: 17,3% da população em risco de pobreza estava em condição de sobrelotação habitacional, o que compara com 10,0% para a restante população”, especificou.

Em 2024, a sobrelotação das habitações afectava principalmente a população mais jovem (19,9% para o grupo etário até aos 17 anos), diminuindo com a idade (12,1% para a população dos 18 aos 64 anos e 3,1% para os idosos).



A sobrelotação era também mais elevada nas áreas predominantemente urbanas, onde afectava 12,8% da população.

A taxa de sobrelotação da habitação era inferior à média nacional (11,2%) apenas nas regiões do Centro e do Oeste e Vale do Tejo: 5,9% e 6,3%, respectivamente. Pelo contrário, aquela condição era mais frequente nas Regiões Autónomas: 16,2% nos Açores e 19,4% na Madeira.

“Verificou-se ainda que 36,6% da população vivia em situação de subocupação da habitação, ou seja, em alojamentos em que o número de divisões habitáveis era superior ao que se convencionou ser necessário para o número e o perfil demográfico dos membros da família”, observou o INE.

Esta situação verificava-se sobretudo entre a população mais idosa (58,6%) e em famílias sem crianças dependentes (50,2%).

No ano transacto, 4,9% dos residentes viviam em privação habitacional severa, o que corresponde a uma redução em relação a 2023 (6,0%).

Esta condição afectava principalmente a população em risco de pobreza (10,1%), os menores de 18 anos (8,7%) e os residentes em áreas predominantemente urbanas (6,6%).

“Tal como observado para a taxa de sobrelotação da habitação, as Regiões Autónomas apresentavam as taxas de privação severa das condições de habitação mais elevadas: 9,5%, nos Açores, e 10,3%, na Madeira”, segundo a mesma fonte.

Lusa/DI