
Maia - Foto CMM
Maia é o concelho onde é mais fácil comprar casa no Grande Porto
No Grande Porto, comprar casa é mais acessível na Maia, segundo os dados mais recentes da Pordata, divulgados às vésperas das eleições autárquicas de 12 de Outubro. O estudo, que compara preços de habitação e rendimentos médios, mostra que é neste município que o esforço financeiro necessário para adquirir um imóvel é mais baixo entre os concelhos vizinhos do Porto.
Porto continua a liderar nos preços
Na cidade do Porto, os valores continuam em alta: em 2024, o preço mediano das habitações novas atingiu 3.250 euros por metro quadrado, enquanto as casas usadas custavam 2.757 euros/m². Assim, uma habitação nova de 100 metros quadrados custava, em média, 325 mil euros, e uma usada cerca de 275 mil euros.
Com um salário médio mensal de 1.761 euros (ou cerca de 24.660 euros anuais), um trabalhador portuense precisaria de 13,2 anos de rendimentos para comprar uma casa nova ou 11,2 anos para uma usada — o maior esforço financeiro do Norte.
Maia combina bons rendimentos e preços mais baixos
Nos concelhos próximos, a Maia destaca-se por oferecer o melhor equilíbrio entre rendimentos e preços da habitação. Apesar de ser o terceiro município com salários mais altos da região (1.524 euros mensais), o valor das casas é consideravelmente inferior: 2.333 euros/m² nas novas e 1.899 euros/m² nas usadas.
Isto significa que um trabalhador maiense precisaria de cerca de 10,9 anos de salário para comprar uma casa nova ou 8,9 anos para uma usada — menos dois anos do que no Porto em ambos os casos.
Em termos práticos, uma casa nova de 100 metros quadrados custa 233.300 euros e uma usada 189.900 euros.
Comparativo regional
Nos restantes municípios analisados, o esforço financeiro varia:
Matosinhos tem os segundos preços mais altos, com 3.064 euros/m² nas casas novas e 2.387 euros/m² nas usadas.
Vila Nova de Gaia surge logo depois (2.564 e 1.912 euros/m²).
Espinho mantém valores próximos (2.505 e 2.315 euros/m²).
A Trofa é o concelho com o mercado mais barato, com 1.566 euros/m² nas novas e 1.446 euros/m² nas usadas.
Nos rendimentos, o Porto continua a liderar (1.761 euros/mês), seguido de Matosinhos (1.600 €), Maia (1.524 €), Vila Nova de Gaia (1.392 €), Trofa (1.342 €) e Espinho (1.244 €).
Um tema quente nas autárquicas
Com o preço das casas a disparar e a oferta escassa, a habitação tornou-se o tema central das campanhas autárquicas no Grande Porto. Candidatos e eleitores discutem soluções que passam pelo aumento da habitação acessível, reabilitação urbana e melhor gestão do solo urbano, num debate que espelha uma das maiores preocupações dos portugueses: ter onde viver a um preço justo.
DI/Lusa