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Foto Livraria Barata

Livraria Barata em Lisboa continua a ser «Loja com História»

23 de outubro de 2023

Não obstante ter passado a integrar, desde Agosto passado, o grupo Fnac, a Livraria Barata, uma das mais antigas e icónicas livrarias de Lisboa, mantém a distinção de Loja com História. “Este espaço emblemático e histórico da cidade de Lisboa continua a cumprir os critérios que lhe conferiram a sua singularidade” - refere a autarquia da capital em comunicado.

“Fazendo agora parte do conjunto de estabelecimentos integrados no grupo da insígnia francesa, a Barata/FNAC foi sujeita a uma nova avaliação por parte dos serviços competentes da CML que concluíram continuar a reunir as características que lhe são distintivas” - diz o município presidido por Carlos Moedas. Que adianta: “A sua principal actividade permanece assente na venda de livros, jornais, revistas e papelaria, complementada por um espaço polivalente na cave, destinado ao lançamento de livros e também para pequenos concertos.

Esta diversidade de atividades contribui para a vitalidade e atratividade da livraria, o que a torna um importante e incontornável espaço cultural e social da cidade. Além disso, os elementos decorativos tradicionais, como o pavimento em calçada portuguesa, foram preservados, mantendo a autenticidade e o charme deste local.




O valor da leitura

Fundada por António Barata em 1957, a Livraria Barata assumiu durante o período da ditadura o papel de reduto especial onde havia acesso a títulos essenciais que o regime não permitia. «Durante os 17 anos que a loja viveu em ditadura, era ali o lugar onde conseguir livros proibidos, que já chegavam ao balcão devidamente embrulhados, expressão que se tornou comum para os designar. Essa ousadia valeu-lhe visitas regulares da PIDE e algumas detenções. Mas Barata acreditava na importância da leitura, no valor de ter acesso a bons textos, ao livre pensar – e isso marca esta livraria muito depois da sua morte.

Em 1986, realizaram-se importantes obras de ampliação do espaço, até então exíguo. A entrada ganha uma presença visual maior, ao mesmo tempo que a calçada portuguesa avança pelo interior. Os clientes diziam “sinto que estou na Gulbenkian”, símbolo máximo da modernidade na Lisboa de então. Tendo sofrido algumas alterações (nomeadamente o piso inferior, hoje consagrado ao livro infantil, escolar e papelaria) mantém-se uma livraria incontornável da cena cultural e literária da cidade», refere a descrição do site Lojas com História.