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Um prédio cuja construção remonta a 1908 - Google Street View

Lisboa: O 37 da Avenida Defensores de Chaves vai ser demolido!

25 de janeiro de 2024

A Câmara de Lisboa aprovou ontem um projecto de arquitectura que prevê a demolição de um edifício de 1908 na Avenida Defensores de Chaves, decisão contestada pela associação Fórum Cidadania Lx que lamenta o “compactuar com a especulação imobiliária”.

Em causa está um projecto de arquitectura para a construção de um edifício de habitação com comércio no piso térreo, com recurso à demolição total dos edifícios existentes, na Avenida Defensores de Chaves, nº 37, na freguesia das Avenidas Novas.

Subscrita pela vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (independente eleita pela coligação “Novos Tempos” - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), a proposta foi aprovada com os votos contra de PS, PCP, BE e Livre, a abstenção de Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e os votos a favor da liderança PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta.

“Lamentamos profundamente que a CML [Câmara Municipal de Lisboa] contribua de forma decisiva para a demolição de mais um dos já poucos exemplares da Lisboa ‘Entre-Séculos’, na circunstância um prédio de 1908, ‘gémeo’ de outros três prédios idênticos, distantes alguns metros e sitos na Avenida Duque d’Ávila”, afirmou a associação Fórum Cidadania Lx, em comunicado.

A associação apelou junto da CML e da Provedoria de Justiça para impedir a demolição do prédio, mas a proposta foi aprovada pelo executivo municipal, lamentando que a câmara não tenha tomado posse administrativa do imóvel.


Imagem Google Street View


“Lamentamos ainda mais que, com esta aprovação, a CML compactue com a especulação imobiliária de que este imóvel foi alvo, de que o destelhar da cobertura enquanto forma de acentuar a degradação do mesmo, e a coação junto do último inquilino, a quem a comunicação social deu voz oportunamente, são meros exemplos”, apontou a Fórum Cidadania Lx.

Na proposta, a vereador do Urbanismo referiu que a demolição do imóvel tem enquadramento no regulamento do Plano Director Municipal (PDM), “por se considerar que o projecto apresentado para a sua substituição contribui para a valorização arquitectónica e urbanística da área e do conjunto edificado em que se integra, solução suportada através de parecer favorável da Direcção-Geral do Património Cultural”.

“A operação urbanística incide sobre um prédio urbano com uma área total de 1.090,00 m2” e o novo edifício apresenta uma área de implantação de 359,00 m2 e uma área de construção de 6.100,00 m2, “desenvolvendo-se em oito pisos acima da cota de soleira, com aproveitamento da cobertura em mansarda, e três pisos em cave”, lê-se na proposta.

Com uma superfície de pavimento total de 3.709,70m, segundo o projecto apresentado, o edifício destina-se aos usos habitacional (24 fogos) e terciário (uma fracção de comércio no piso térreo), sendo que os pisos em cave se destinam maioritariamente a estacionamento, prevendo-se a criação de 55 lugares de estacionamento privado e 34 lugares de parqueamento para bicicletas.

Justificando a abstenção enquanto a restante oposição votou contra, os vereadores dos Cidadãos Por Lisboa afirmaram que, “apesar das fragilidades da instrução do projecto”, o mesmo prevê “um aumento de oito para 24 habitações, área em que são conhecidas as actuais carências da cidade”, referindo que não existem “motivos regulamentares suficientes para recusar esta proposta”.

Lusa/DI