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Arquitectura

Imagem Bienal da Veneza

Lesley Lokko recebe medalha de ouro do Instituto dos Arquitectos Britânicos (RIBA)

19 de janeiro de 2024

A arquitecta e romancista ganesa-escocesa Lesley Lokko, curadora da Bienal de Arquitectura de Veneza de 2023, foi galardoada com a medalha de ouro pelo Royal Institute of British Architects (RIBA), anunciou a organização. Trata-se da primeira mulher negra a receber tão importante distinção.

A professora, educadora, autora e curada no Gana e na Escócia, recebeu este ano a Royal Gold Medal, uma das mais altas distinções mundiais para a arquitectura, concedida em reconhecimento do trabalho de uma vida.

"Uma agente visionária da mudança", foi como descreveu o arquitecto nigeriano Muyiwa Oki, presidente do RIBA, sobre uma curada que receberá uma distinção dirigida a uma pessoa ou grupo de pessoas que teve uma influência significativa no avanço da arquitectura.

Durante mais de duas décadas, Lesley Lokko "dedicou sua carreira a amplificar as vozes sub-representadas e a examinar a complexa relação entre arquitectura, identidade e raça, tendo um impacto profundo na educação, no diálogo e no discurso da arquitectura", sublinha o presidente do RIBA na sua página ´online´.

Em 2021, Lesley Lokko fundou o African Futures Institute (AFI) em Acra, no Gana, com o objectivo de ser um novo modelo de educação, investigação e diálogo público que une as artes, as humanidades e as ciências.




Antes de criar o AFI, Lokko mencionou em todo o mundo e reformulou cursos de arquitectura "para democratizar, descolonizar e fazer progressos no ensino da arquitectura", e entre as suas funções destacam-se a de fundadora e directora da Escola de Pós-Graduação em Arquitectura da Universidade de Joanesburgo, na África do Sul, e reitora da The Bernard and Anne Spitzer School of Architecture do The City College de Nova Iorque, nos Estados Unidos.

Em 2023 foi nomeada curadora da 18.ª Bienal Internacional de Arquitectura de Veneza, onde Portugal esteve representado com o projecto "Fertile Futures", da arquitecta Andreia Garcia, entre 20 de Maio e 26 de Novembro, exposto no palácio Franchetti, um dos espaços faça certo.

A organização cita a arquitecta no texto do anúncio do prémio: "Foi uma grande surpresa para mim. Isto nunca esteve nos meus planos. Estou muito contente por ser considerada ao lado de alguns dos grandes vencedores anteriores da medalha de ouro [do RIBA]. Embora este seja um prémio pessoal, não se trata apenas de um triunfo pessoal, mas sim de um testemunho das pessoas e organizações com quem trabalharam e que partilharam os meus objectivos".

"Entrei na arquiteatura à procura de certezas, à procura de respostas. Em vez disso, encontrei perguntas e possibilidades, formas muito mais ricas, mais curiosas e mais empáticas de interpretar e moldar o mundo. A arquiteatura deu-me a linguagem, em todas as suas formas - visual, escrita, construída, realizada - e essa linguagem, por sua vez, deu-me muita esperança", acrescenta a arquitecta premiada.

A medalha de ouro do RIBA 2024 será entregue formalmente a Lesley Lokko em Londres, em 02 de Maio.

Lusa/DI