
Edifício de escritórios
Investimento imobiliário deve voltar a superar os 2.000 milhões em 2025
Depois da recuperação de 40% em 2024, para cerca de 2.400 milhões de euros transaccionados, o mercado português de investimento imobiliário tem condições para voltar a atingir esta marca, prevê a Prime Yield, no estudo “Guia de Investimento Imobiliário na Ibéria 2025”.
A Prime Yield, parte da Gloval, apresenta ao mercado o “Guia de Investimento Imobiliário na Ibéria 2025”, no qual dá a conhecer os principais traços da atividade imobiliária no último ano em Portugal e Espanha, disponibilizando ainda um enquadramento legal comparativo focado nos REIT’s e nas SIC’s. O enquadramento económico para ambos o país dá o pontapé de saída nesta ferramenta essencial para os investidores que olham ou que já estão activos neste mercado. A componente jurídica é desenvolvida em parceria com a Pares Advogados.
“O imobiliário ibérico continua no radar dos investidores, para quem é essencial estar informado sobre o desempenho do mercado em Portugal e Espanha. Esse é o ponto de partida para este research, onde fornecemos uma visão atualizada do desempenho ocupacional e da dinâmica de investimento dos segmentos de escritórios, residencial, logística, retalho e hotelaria, com um olhar mais atento a Madrid e Barcelona, em Espanha, e Lisboa e Porto, em Portugal. O estudo disponibiliza ainda um enquadramento legal comparativo focado nos REIT’s e nas SIC’s, afirmando-se como um roteiro essencial para os investidores que já estão presentes ou pretendem investir no mercado imobiliário ibérico”, destaca o Francisco Virgolino, Managing Director da Prime Yield.
Tiago Gama, Sócio da Pares Advogados: “O investimento imobiliário em Portugal registou um crescimento significativo nos últimos anos, impulsionado por fatores como o forte crescimento da atividade turística do país, os incentivos ao investimento estrangeiro (Golden Visa e programas de residentes não habituais) e taxas de juro historicamente baixas. Neste contexto, os Organismos de Investimento Coletivo desempenham um papel fundamental, permitindo a vários investidores reunir capital para investir em carteiras diversificadas de imóveis, geridas por entidades profissionais, bem como a investidores institucionais, para investir no mercado imobiliário português. Estes veículos oferecem uma via mais acessível e económica para o investimento imobiliário, com um tratamento fiscal claramente mais favorável, especialmente para os investidores estrangeiros. Tendo em conta a crescente necessidade de imóveis a preços acessíveis aos cidadãos portugueses, acreditamos que os Organismos de Investimento Coletivo desempenharão um papel fundamental na resolução deste problema num futuro próximo”.
Portugal tem uma posição consolidada no mapa internacional do investimento imobiliário
Relativamente ao mercado imobiliário português, a Prime Yield realça as boas perspetivas para o investimento em imobiliário comercial ao longo deste ano, estimando que a atividade possa, pelo menos, sustentar o nível de transações registado em 2024, da ordem dos 2.400 milhões de euros, ou até superar este patamar em cerca de 10% a 15%. Recorde-se que o investimento em imobiliário recuperou cerca de 40% em 2024, com o forte contributo do último trimestre do ano, o qual concentrou quase metade da actividade anual e assinalou o regresso dos negócios de grande dimensão, com relevo para o segmento de retalho. Este ano deverá dar continuidade a esta tendência, beneficiando adicionalmente de condições macroeconómicas mais favoráveis e do aumento de liquidez a nível global.
Francisco Virgolino explica que “Portugal tem uma posição consolidada no mapa internacional do investimento imobiliário. Estamos inquestionavelmente no radar dos investidores, com um imobiliário de qualidade e bons indicadores de desempenho a nível de ocupação, disponibilidade e rendas nos diversos segmentos. A quebra a que assistimos em 2023 foi fruto da adversidade das condições macroeconómicas globais, marcadas pela pressão inflacionista e o forte aumento das taxas de juro, o que afetou a liquidez e capacidade de alavancagem dos investidores, além da sua confiança. No ano passado, com a melhoria deste quadro, a actividade retomou e Portugal, mantendo fundamentais sólidos, recuperou, numa trajectória comum a tantos outros mercados europeus”.
E acrescenta: “Este ano, o cenário expectável é de que se mantenha o comportamento a nível das taxas de juro e da inflação, o que associado ao desempenho da própria economia portuguesa, que tem sido superior ao da zona Euro, à realização das eleições e à solidez dos mercados ocupacionais, abre excelentes perspetivas para que o investimento imobiliário continue numa trajectória positiva”.
Em relação às dinâmicas ocupacionais, “as expectativas são também animadoras, incluindo para o mercado de escritórios, que começou o ano em remissão, após um 2024 recorde. No ano passado, a ocupação de escritórios em Lisboa e Porto atingiu níveis excepcionalmente altos, impulsionada pela realização de grandes operações. Este ano, já seria de esperar um abrandamento, que no primeiro semestre deverá ainda ser agravado pela incerteza política, que acaba por fazer as empresas adiarem as duas decisões. Uma vez resolvidas as eleições e no quadro macroeconómico favorável, a ocupação de escritórios deverá reanimar. Nos restantes segmentos, as perspetivas de procura são positivas, persistindo, contudo, a falta estrutural de oferta, o que mantém os preços e rendas aquecidos, especialmente na habitação”, termina Francisco Virgolino.