CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Actualidade

Escritórios - Edifício Entrecampos 28

Investimento em imobiliário deverá recuperar no segundo semestre de 2023

8 de fevereiro de 2023

A actividade de investimento nível global irá recuperar no segundo semestre de 2023 com os activos core e value-add suscetíveis de serem os mais beneficiados, avança a Savills.

Na sua perspectiva global do sector imobiliário para 2023, a equipa de Research da Savills World afirma que o aumento do valor do capital, na maioria dos sectores imobiliários de todo o mundo, será apenas marginal em 2023, com perspectivas de crescimento do mercado de arrendamento limitadas; a actividade de investimento deverá recuperar no segundo semestre.

Numa actualização do relatório Impacts, o programa global de investigação da Savills, a consultora internacional de Real Estate afirma esperar que a actividade de investimento recupere na segunda metade de 2023, à medida que as perspectivas económicas melhorem, e que se normalize de acordo com os níveis médios a longo prazo; a “quantidade de dinheiro” disponível para investimento imobiliário, que no final de 2022 era de 828 mil milhões de dólares, observou uma diminuição year-on-year; mas ainda assim, 80% superior relativamente aos níveis de 2019 / pré-Covid-19.

Para contrariar o baixo valor de capital e o crescimento moderado do arrendamento, a Savills acredita que os investidores se concentrarão nas escolhas core e nas estratégias de value-add (reajustamento, reposicionamento, enfoque nas lacunas da oferta). Neste sentido, prevê que:

- Os escritórios de primeira linha, em localizações prime CBD, em mercados centrais (Londres, Paris, Berlim, Tóquio, Singapura, Sidney) com taxas de ocupação elevada, irão manter a sua atratividade para abordagens core/core plus. Os ocupantes/clientes procuram eficiência energética, escritórios com excelência no design e certificação verde, mas esta oferta permanece reduzida. O arrendamento prime pode aumentar em vários mercados-chave, numa combinação de pressões inflacionistas e de disponibilidade limitada de stockpara a classe alta.

- A logística de primeira linha nos principais trade hubs e em países com taxas de penetração de crescimento do comércio eletrónico continuará a estar no topo das estratégias dos investidores. As taxas de ocupação estão em níveis historicamente baixos no Reino Unido, Alemanha, Holanda, França, Espanha e EUA e a pressão especulativa está prestes a diminuir. Embora a procura seja expetável que abrande após a atividade dinâmica verificada durante a pandemia Covid-19, a baixa taxa de disponibilidade e a pressão ascendente sobre as rendas deverão ser mantidas.

- O segmento Multifamily é uma das poucas classes de activos em que os proprietários podem reajustar regularmente as rendas para captar o crescimento, com propriedades construídas de raiz em alguns mercados igualmente isentas dos regulamentos de arrendamento. Carências estruturais e níveis relativamente baixos de novas construções residenciais em grandes cidades dos EUA, Japão, Alemanha, Austrália, Reino Unido, Escandinávia, Espanha e França irão impulsionar o retorno dos rendimentos, embora a acessibilidade dos preços esteja a tornar-se cada vez mais uma questão política.

- As estratégias de valor acrescentado, incluindo a adaptação de edifícios de escritórios mais antigos a padrões ecológicos e o reposicionamento de bens com elevadas taxas de ocupação em utilizações alternativas, incluindo a área da saúde, residencial e hotéis, continuarão na vanguarda em 2023; no entanto, os elevados custos de construção e de renovação permanecerão uma grande adversidade para os investidores que procuram rendimento.

- O aumento das taxas de juro, causando correções de preços, é susceptível de desencadear algumas perturbações nas vendas, embora em menor grau do que durante a crise financeira de 2007-2009, uma vez que os níveis de progressão são mais baixos. É provável que os investidores com perfil oportunístico tirem partido de ativos com valor a longo prazo através de uma gestão dinâmica de ativos e de reposicionamento, em especial redirecionando o retalho e os escritórios para localidades secundárias nas principais cidades (EUA, Reino Unido, Austrália), para fins residenciais, hotéis, área da saúde, logística de etapa final ou utilização mista.

- As modificações estruturais, incluindo a inovação tecnológica, os riscos das alterações climáticas e a demografia, continuam atractivas para certos tipos de activos alternativos. As maiores apostas da Savills incluem centros de dados e de saúde nos EUA, Reino Unido, Europa, Índia, China e Austrália, mercado senior e residencial nos EUA, Reino Unido, Europa, Japão e Austrália, e infraestruturas de energias renováveis em todas as geografias.

Para Rasheed Hassan, Head da Savills Global Cross Border Investment, "a realidade é que, no início de 2023, uma enorme quantidade de capital continua à espera de ser aplicado em bens imobiliários em todo o mundo. Embora neste mercado os compradores estejam mais cautelosos e precisem potencialmente de explorar mais planos de negócios específicos de ativos, na ausência de uma generosa viabilização de dinheiro, e com o retorno de crescimento do investimento no mercado do arrendamento, as perspetivas a longo prazo dos imóveis como classe de activos de investimento permanecem robustas. A actual oportunidade de adquirir activos de primeira categoria, em todos os sectores, a preços com algum desconto, é convincente para muitos investidores".

Eri Mitsostergiou, Director no the World Research Team, "a maioria dos mercados continua a desafiar o pessimismo, e o mercado de imobiliário para fins residenciais permanece, de forma geral, robusto, especialmente para os activos comerciais prime em mercados-chave globais. A desaceleração da actividade de construção, devido ao aumento dos custos e às perturbações na cadeia de abastecimento, manterá a procura e a oferta em equilíbrio na maioria dos segmentos prime de mercado, suportando assim a atividade dos investidores a longo prazo".

Alexandra Portugal Gomes, Head of Research & Communications da Savills Portugal afirma: “Para 2023 antevemos que as decisões de investimento sejam tomadas com mais cautela, com uma estratégia mais pronunciada de wait and see. O aumento dos custos de financiamento estão a criar um desequilíbrio de expectativas entre compradores e vendedores. Os activos de escritórios vão sempre permanecer no topo das preferências dos investidores. Mas, vamos assistir a uma maior diversificação das carteiras como estratégia adotada pelos investidores que desejem equilibrar o seu grau de exposição, tais como o investimento em segmentos residenciais e alternativos, nomeadamente os de senior living, health care e student housing, uma vez que existe uma falta de oferta existente no mercado”.