I wanna be a billionaire
Em 2010, Travie McCoy escrevia o desejo:”I wanna be a billionaire so f*ing bad”, numa música cantada pela inconfundível voz de Bruno Mars. Treze anos passados, tenho a certeza que McCoy e Mars chegaram lá. Não tenho também quaisquer dúvidas que os milhares de pessoas que foram trauteando a música na esperança de que, cantando, iam conseguir o mesmo, terão certamente ficado pelo caminho.
O dinheiro e o potencial de ganhos que se pode ter no imobiliário é um dos atractivos e apelos que as marcas e as agências fazem uso para tentar mostrar que será com eles que os consultores vão atingir a senda de sucesso e serem, se não bilionários, pelo menos milionários. Se muitos chegam ao imobiliário e tentam esta vida porque todas as outras portas se fecharam, começa a existir um conjunto de pessoas que, racionalmente, escolhe seguir esta via porque sabem que é no imobiliário que terão mais hipóteses de conseguir os seus intentos. Depois que aqui estão, são, felizmente, muitos os que ficam felizes por serem donos do seu próprio destino, onde, naturalmente, a componente financeira é algo muito substancial a considerar.
Também, como sabemos, há uma imensa maioria que não consegue chegar ao propósito de ser milionário nesta profissão, embora ganhem muito dinheiro e, possivelmente, muito mais do que se estivessem ligados às suas antigas profissões ou um qualquer trabalho de nine-to-five. E também há os outros, os que vão (sobre)vivendo com os negócios que vão fazendo e vão-se aguentando meses e anos neste status quo porque, ou não arranjam melhor ou acomodaram-se às dinâmicas do dia-a-dia do consultor. E, claro está, por último, temos os que tentam esta vida e, não conseguindo ao fim de alguns meses, abandonam este propósito, desaparecendo quase tão depressa como surgiram.
A Internet é profícua em conselhos e opiniões sobre como podemos gerir a nossa vida, se o nosso propósito for o de ser milionário antes dos 30, 40 ou 50 anos. Por isso abstenho-me de opinar aqui o que quer que seja sobre a melhor forma de o conseguir. O liberal que há em mim diz-me que, cada vez mais, não devemos ter verdades absolutas sobre nada e quanto mais depressa constatarmos que o que serve para os outros pode não servir para nós (ou vice-versa), mais depressa somos felizes nos projectos que definimos para a nossa vida.
Dito isto, permito-me apenas escrever isto. Seja no imobiliário ou noutro qualquer sector de actividade, o importante é definirmos as metas para lá chegarmos. Pode ser um número que tenhamos na nossa cabeça – chegar aos 30, 40 ou 50 com x milhares de euros de lado, por exemplo – uma progressão de carreira, trabalhar numa área específica, numa empresa ou num sector. Ou até mesmo ir para o estrangeiro. Tenho para mim que, no imobiliário ou não, não deve haver limites para a ambição, os sonhos ou a felicidade.
Tenho a certeza que os 31 novos milionários que Portugal ganhou nos últimos dois anos, de 136 mil em 2020 para 166 mil no final de 2022, segundo os dados recentemente divulgados pelo UBS no Global Wealth Report 2023, não vacilaram na forma como conseguiram lá chegar. E, a este propósito, termino, com uma boa notícia para quem está no sector: de acordo com este relatório, a sustentar o crescimento do património dos Portugueses no último ano estiveram justamente os activos imobiliários. Arrisco, por isso, a dizer que, quem por aqui anda, estará sempre a tempo e, supostamente, em vantagem.
Francisco Mota Ferreira
Trabalha com Fundos de Private Equity e Investidores e escreve semanalmente no Diário Imobiliário sobre o sector. Os seus artigos deram origem aos livros “O Mundo Imobiliário” (2021) e “Sobreviver no Imobiliário” (2022) (Editora Caleidoscópio)