Procura por arrendamento sobe 45% no primeiro semestre, com procura por compra de casa a diminuir 32%
Aumento dos preços de venda, diminuição da oferta e mudanças no crédito habitação são alguns dos motivos que justificam a alteração da tendência de compra, que prevaleceu em 2021, para arrendamento.
A procura por arrendamento registou um aumento de 45% no primeiro semestre, em comparação com os últimos seis meses de 2021, quando os valores se mantiveram estáveis. Este aumento da procura foi progressivo a partir de Janeiro, com um crescimento de +30% da procura até Junho. Os dados são do Imovirtual, que revela um estudo sobre a procura de casa para compra e arrendamento.
Paralelamente, a procura por compra de casa revela um decréscimo de -3,2% no primeiro semestre do ano, quando comparada com o semestre anterior. No entanto, ao comparar o período de janeiro a junho de 2022, há um decréscimo mais acentuado de -32%. No que diz respeito à oferta de casas para venda, há também um decréscimo de imóveis de cerca de -30% em junho, face a meados do ano passado.
“As casas para venda estão 7% mais caras, o que representa cerca de mais 25 mil euros no custo médio da habitação e é um dos factores que identificamos para justificar esta mudança de tendência do mercado, que passa da compra para o arrendamento. A este fator juntam-se a falta de oferta de casas para venda, bem como a subida das taxas Euribor e da taxa de juro, que aumentou pela primeira vez em 2022 em abril, cerca de 0,8%“, explica Ricardo Feferbaum, diretor geral do Imovirtual.
No geral, no que diz respeito à procura de casa para compra, os apartamentos foram a categoria mais requisitada, seguindo-se as moradias, terrenos e, por fim, quintas e herdades. O maior aumento de procura registou-se na procura por apartamento em Braga (+16,9%), Setúbal (+13,3%) e Lisboa (+12,7%). Já as maiores quebras na procura ocorreram no caso das quintas e terrenos em Setúbal (-22,4%) e Évora (-14,4%), bem como moradias no Porto (-14,9%).
A faixa etária dos 45 aos 54 anos foi a que mais procurou casa no primeiro semestre do ano, face ao anterior, seguindo-se o grupo dos 35 aos 44 anos, que registou o maior aumento de procura (+18%). No mesmo período, verifica-se também um aumento de +10% do tráfego internacional, sobretudo vindo de utilizadores do Brasil, França, Suíça e Reino, com preferência pelas cidades de Lisboa, Porto e Braga.