Estrangeiros representaram 40% do investimento em habitação na ARU de Lisboa em 2020
Num ano praticamente todo marcado pelo surto pandémico, os estrangeiros investiram 739,1 milhões de euros na compra de habitação na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa, volume que apresenta uma quebra de apenas 3% face aos 761,8 milhões de euros transaccionados em 2019. Em número de imóveis, a queda foi de 10%, comparando-se as 1.509 operações de 2020 com as 1.673 de 2019.
Os dados são apurados pela Confidencial Imobiliário e abrangem transacções de habitação concretizadas por particulares na ARU de Lisboa.
O capital estrangeiro passou, assim, a agregar 40% do montante total investido em habitação na ARU de Lisboa e 30% do número de imóveis em 2020, ganhando terreno face ao investimento doméstico, que perdeu dinâmica. Em 2020, o investimento nacional em habitação neste território caiu 19% no montante investido para 1.125 milhões de euros e 22% em número de imóveis para 3.462 unidades. Em 2019, 35% do montante investido em habitação na ARU de Lisboa era de origem internacional e 65% de origem nacional.
Em média, em 2020 os estrangeiros investiram 490,5 mil euros por operação, mais 165,5 mil euros (+50%) do que o investimento médio dos portugueses, na ordem dos 324,9 mil euros por transacção.
No total, contabilizaram-se 78 nacionalidades activas na compra de casa na ARU de Lisboa em 2020. Os chineses, com uma quota de 24% do montante investido, lideram o investimento internacional, seguidos pelos franceses (quota de 16%), norte-americanos (8%), britânicos (7%) e brasileiros (6%). Os chineses aumentaram o investimento em 33% face a 2019 e os norte-americanos em mais de 70%, ao passo que os franceses e os britânicos mantiveram o volume investido estável e os brasileiros reduziram o seu investimento em 40%.
A freguesia de Santo António continuou a ser o principal destino do investimento estrangeiro em habitação, agregando 19% do montante investido (139,4 milhões de euros). Santa Maria Maior também continua no topo das preferências, com uma quota de 14% (103,8 milhões de euros), seguida da Estrela, agora o terceiro destino das compras internacionais de habitação, com uma quota de 13% (93,9 milhões de euros). Misericórdia (72,2 milhões de euros) e Arroios (70,5 milhões de euros) apresentam ambas quotas de 10%. Todas as restantes freguesias registam menos de 60 milhões de euros de investimento internacional.