Em 18 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes os preços das casas desaceleraram
Nos três primeiros meses do ano, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1 241 euros/m2 , com uma taxa de variação homóloga de +3,1%. Mas desceu em várias regiões do país.
De acordo com as Estatísticas de Preços da Habitação ao nível local divulgadas hoje pelo INE - Instituto Nacional de Estatísticas, em 10 regiões houve uma desaceleração dos preços da habitação superior à verificada no país (-4,7 pontos percentuais), incluindo o Algarve (-5,8 p.p.) e a Área Metropolitana de Lisboa (-5,5 p.p.).
As restantes regiões, com preços medianos superiores ao nacional, também registaram desaceleração dos preços medianos, contudo, abaixo da observada no país – Região Autónoma da Madeira (-2,3 p.p.) e Área Metropolitana do Porto (-3,6 p.p.). Também em 18 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes os preços da habitação desaceleraram e, deste conjunto, 10 pertenciam à Área Metropolitana de Lisboa e três à Área Metropolitana do Porto. Tendo como referência os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, Lisboa foi o único município a registar redução homóloga do preço mediano (-7,9%) no 1º trimestre de 2021 e Oeiras, o único município da Área Metropolitana de Lisboa que registou uma aceleração do preço mediano da habitação (+6,9 p.p.) para uma taxa de variação de +12,3%.
Como referido no 1º trimestre de 2021 , o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1 241 euros/m2 . Este valor representa um aumento face ao 4º trimestre de 2020 (+4,5%) e relativamente ao 1º trimestre de 2020 (+3,1%). A evolução da taxa de variação homóloga entre o 4º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021, de 7,8% para 3,1%, evidencia uma desaceleração dos preços da habitação, interrompendo a aceleração verificada no último trimestre.
No período em análise, tal como no trimestre anterior, as três sub-regiões com os preços mais elevados – Algarve (1 755 €/m2 ), Área Metropolitana de Lisboa (1 685 €/m2 ) e Área Metropolitana do Porto (1 333 €/m2 ) – registaram, simultaneamente, taxas de variação homóloga – +4,3%, +4,1% e +11,1%, respetivamente – mais expressivas que a do país (+3,1%). Para além destas três sub-regiões, também a Região Autónoma da Madeira (1 402 €/m2 ) registou um preço mediano superior ao país, apresentando, contudo, um crescimento homólogo (+1,4%) inferior ao do país. Entre as 25 NUTS III do país, dez registaram uma diminuição homóloga dos preços da habitação, destacando-se a sub-região Beiras e Serra da Estrela com o maior decréscimo (-19,3%) e o menor preço mediano de venda de alojamentos familiares (476 €/m2 ).
Lisboa destacou-se por simultaneamente registar o preço mediano mais elevado e ser o único a verificar diminuição homóloga do preço, entre os municípios com mais de 100 mil habitantes
No período em análise, nos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, todos os municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, com excepção, de Lisboa, Santa Maria da Feira e Gondomar, registaram, simultaneamente, preços medianos de habitação e taxas de variação homólogas superiores ao nacional.
O município de Lisboa destacou-se por registar o preço mediano de habitação mais elevado (3 257 €/m2 ) e o único município com mais de 100 mil habitantes a verificar uma redução dos preços da habitação (-7,9%). No período em análise, para além de Lisboa, também Cascais (2 936 €/m2 ), Oeiras (2 536 €/m2 ), Porto (2 282 €/m2 ) e Odivelas (2 071 €/m2 ) apresentaram preços medianos superiores a 2 000 €/m2 .
O Porto também se destacou, a par com Matosinhos, por apresentar uma variação homóloga dos preços superior a 16% (+16,7% e +16,9%, respetivamente). Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes fora das áreas metropolitanas, apenas Funchal (1 800 €/m2 ) e Coimbra (1 343 €/m2 ) apresentaram preços medianos superiores ao nacional, ambos com crescimentos homólogos próximos de zero (+0,2% e +0,6%, respectivamente).
Para 18 dos 24 municípios ocorreu uma desaceleração dos preços da habitação (municípios abaixo da bissetriz da taxa de crescimento homóloga no 4º trimestre de 2020 e no 1º trimestre de 2021). Destes 18 municípios 10 pertenciam à Área Metropolitana de Lisboa e três à Área Metropolitana do Porto. Em sete municípios a desaceleração dos preços entre o 4º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021 foi superior ao padrão nacional (-4,7 p.p.), tendo sido mais acentuada em Setúbal (-14,3 p.p.), Santa Maria da Feira (-9,1 p.p.), Funchal (-8,5 p.p.) e Lisboa (-7,9 p.p.). Leiria (+10,8 p.p.) apresentou a aceleração dos preços mais forte entre os municípios com mais de 100 mil habitantes e, nas áreas metropolitanas, destacaram-se os municípios de Oeiras e Matosinhos (+6,9 p.p. e +6,7 p.p.). Oeiras foi mesmo o único município da Área Metropolitana de Lisboa a aumentar a taxa de variação homóloga entre o 4º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021.
Quarenta e seis municípios, localizados maioritariamente no Algarve e Área Metropolitana de Lisboa, registaram preços da habitação acima do valor nacional (1 197 €/m2 ) num ano
Tomando como referência as vendas efetuadas durante os 12 meses acabado em Março de 2021, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1 197 €/m2 , aumentando +0,8% relativamente ao trimestre anterior e +7,2% relativamente ao trimestre homólogo.
O preço mediano da habitação manteve-se acima do valor nacional nas regiões do Algarve (1 794 €/m2), Área Metropolitana de Lisboa (1 647 €/m2), Região Autónoma da Madeira (1 323 €/m2) e Área Metropolitana do Porto (1 276 €/m2). No período em análise, 46 municípios apresentaram um preço mediano superior ao valor nacional, localizados maioritariamente nas sub-regiões Algarve (14 em 16 municípios) e Área Metropolitana de Lisboa (15 em 18).
O município de Lisboa (3 296 €/m2) registou o preço mais elevado do país. Verificaram-se também valores superiores a 2 000 €/m2 em Cascais (2 824 €/m2), Oeiras (2 434 €/m2), Porto (2 233 €/m2), Loulé (2 217 €/m2), Albufeira (2 063 €/m2), Tavira (2 058 €/m2), Lagos (2 025 €/m2) e Odivelas (2 016 €/m2), mais dois municípios que no trimestre anterior. A Área Metropolitana de Lisboa foi a sub-região com a maior amplitude de preços entre municípios (2 358 €/m2): o menor valor registou-se na Moita (938 €/m2) e o maior em Lisboa.
O Algarve, a Área Metropolitana do Porto, a Região Autónoma da Madeira, a Região de Coimbra e o Alentejo Central, tal como no trimestre anterior, apresentaram diferenciais de preços entre municípios superiores a 1 000 €/m2 .
A cidade de Lisboa destacou-se por apresentar pela primeira vez, desde o 1º trimestre de 2016, uma redução homóloga dos preços da habitação, -1,1%
No período de 12 meses terminado em Março de 2021, a cidade de Lisboa apresentou o preço mediano de alojamentos familiares mais elevado (3 296 €/m2), entre as sete cidades com mais de 100 mil habitantes. A cidade do Porto destacou-se por registar o maior crescimento face ao período homólogo (+19,2% vs. +7,2% em Portugal).
Para além do Porto, Vila Nova de Gaia (+13,8%), Amadora (+9,7%) e Braga (+8,8%) registaram também um crescimento homólogo superior ao valor nacional (+7,2%). As cidades do Funchal (+5,7%) e Coimbra (+4,0%) apresentaram um aumento dos preços da habitação, mas inferior ao do país.
A cidade de Lisboa destacou-se por apresentar pela primeira vez, desde o início desta série das Estatísticas de Preços da Habitação ao nível local – 1º trimestre de 2016 –, uma taxa de variação homóloga negativa (-1,1%). Lisboa reforça, assim, a tendência de desaceleração dos preços da habitação que se verifica desde o 4º trimestre de 2018.
Face ao período de 12 meses terminado em Dezembro 2020, a taxa de variação homóloga do preço mediano aumentou apenas na cidade do Porto (+2,6 p.p.). A cidade do Funchal (-6,0 p.p.) registou a maior diminuição, seguida de Lisboa (-5,1 p.p.), Coimbra (-3,6 p.p.), Amadora (-1,5 p.p.) e Braga (-0,3 p.p.). A cidade de Vila Nova de Gaia apresentou uma variação nula.
No período de 12 meses terminado em março de 2021, nas cidades de Lisboa, Porto, Amadora, Funchal, Coimbra e Vila Nova de Gaia, o preço de venda de alojamentos manteve-se acima do valor do país. Braga (1 056 €/m2) foi a única cidade com mais de 100 mil habitantes que registou um preço inferior ao valor nacional, tal como em trimestres anteriores.
A cidade de Lisboa registou a maior diferença entre os preços de alojamentos novos (4 282 €/m2) e de alojamentos existentes (3 211 €/m2): 1 071 €/m2 . Lisboa distinguiu-se também, tal como em trimestres anteriores, por apresentar os preços mais elevados, entre as sete cidades com mais de 100 mil habitantes, em todas as classes de tipologia do alojamento consideradas. A maior diferença entre os valores medianos nas quatro classes de tipologia do alojamento registou-se no Porto, entre as tipologias T0 ou T1 (2 614 €/m2) e T4 ou superior (1 821 €/m2). A cidade de Vila Nova de Gaia registou a menor diferença de preços entre as quatro classes de tipologia do alojamento (165 €/m2): a tipologia T4 ou superior assumiu o menor valor mediano (1 254 €/m2) enquanto as tipologias T0 ou T1 apresentaram o mais elevado preço da habitação (1 419 €/m2) na cidade.