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Habitação: Braga, Guimarães e Famalicão no top-10 de projectos em ‘pipeline’

31 de março de 2023

Os concelhos de Braga, Guimarães e Vila Nova de Famalicão estão no top-10 do ranking dos concelhos onde o número de projectos imobiliários em promoção é maior. A constatação consta da mais recente edição do Real Estate Market Insights, produzido pela dipe, que analisa o comportamento do mercado imobiliário no distrito de Braga durante o ano de 2022.

Numa altura em que a escassez da oferta de habitação é um dos assuntos mais quentes em Portugal os três concelhos nortenhos procuram contrariar esta tendência.

Segundo o SIR (Sistema de Informação Residencial) do Confidencial Imobiliário, que considera o aglomerado dos últimos três anos, no final do ano de 2022, Braga contabilizava 3.275 projectos em pipeline, ocupando o 5.º lugar a nível nacional. Imediatamente a seguir surge Guimarães, com 2.805. A fechar o top-10 encontra-se Vila Nova de Famalicão, com 2.352.

Em comparação com 2021, Guimarães registou um aumento de 10%, enquanto Famalicão viu o número aumentar em 14,3%. Por outro lado, o concelho bracarense acabou mesmo por ver o número de projectos em pipeline cair 10,5%.

Destaque também para Barcelos que, com 1.437 projectos, surge no 21.º lugar no ranking nacional.


"Medidas que não gerem pânico ou incerteza"

Para Diogo Baptista Antunes, CEO da dipe, o mercado imobiliário será influenciado ao longo do ano por quatro factores que originarão um equilíbrio de forças: “Apesar do aumento acentuado das taxas de juro como resposta aos números da inflação fazer com que a procura nos segmentos médio e médio/baixo seja transferida para o mercado de arrendamento, a escassez de oferta de imóveis prontos a habitar, os custos elevados associados à construção, os prazos de licenciamento e os valores a pagar de impostos farão com que os valores praticados no mercado não sofram grandes alterações”.

Diogo Baptista Antunes salienta a atractividade de Portugal, em particular para investidores estrangeiros, sobretudo devido à “posição geográfica” e à “elevada segurança”, mas alerta para a necessidade de “os decisores políticos terem consciência dos verdadeiros factores que neste momento impactam o mercado, tomando medidas assertivas e que não gerem pânico e incerteza, sobretudo entre investidores privados, responsáveis pela oferta criada nas últimas décadas”.

O CEO da imobiliária vimaranense prevê que, pela força das circunstâncias, o ano de 2023 será de “confirmação da transformação do paradigma da sustentabilidade dos edifícios, do método construtivo e materiais utilizados, da forma de pensar e habitar os espaços, como resposta às novas necessidades e exigências do mercado”. Diogo Baptista Antunes acrescenta ainda que, face ao contexto económico-financeiro e às medidas anunciadas pelo governo, “urge uma revolução no mercado de arrendamento, que passa pelo imperativo de criar uma oferta estrutural no mais curto período de tempo”.

A segunda edição do Real Estate Market Insights foi lançada durante o mês de Março e analisa o comportamento do mercado de compra/venda e arrendamento no distrito de Braga, com especial destaque para o concelho de Guimarães.