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Gestor da Lone Star vende à mulher quinta do Novo Banco a "preço de saldo" - noticia o “Público”

31 de março de 2025

Um gestor da Lone Star, fundo norte-americano que comprou uma posição de controle do Novo Banco, vendeu à mulher uma herdade de que o banco era proprietário em Sesimbra, Setúbal, por um "preço de saldo", noticia hoje o Público.

De acordo com o jornal, que cita “documentos oficiais, outros de legitimidade confirmada, ‘e-mails’ trocados e vários depoimentos”, em causa está a Herdade da Ferraria, com mais de 260 hectares, que “em 2022 foi vendida por 1,5 milhões de euros, como rústica e devoluta, apesar de possuir ‘capacidade edificatória de 50.441,14 metros quadrados, dos quais 5.000 para habitação própria”.

Segundo salienta, esta informação da edificabilidade na Herdade da Ferraria “não foi anexada ao dossier de venda”, quando, de acordo com responsável com experiência no sector imobiliário, “teria, no mínimo, elevado o preço entre 10 a 15 milhões” de euros.

Segundo avança o «Público», numa primeira fase, estiveram do lado do comprador Alexander Tilmant, ‘partner’ da Tela Energy, Álvaro Fernandez Alonso, director da Michael Page, e Vasco Pereira Coutinho, sendo que, em 2024, surgiu um novo investidor: Ana Flor Argos, casada com o presidente da GNB Real Estate (gestora de activos imobiliários do Novo Banco) Volkert Reig Schmidt, que dois anos antes tinha aprovado a venda aos três investidores iniciais.

Alexander Tilmant, Álvaro Fernandez Alonso e Pereira Coutinho compraram em 2022 à GNB as empresas que detêm a Herdade da Ferraria e, no ano seguinte, juntaram-se na sociedade Quadrante Frenético, cada um com uma quota de 40 euros, assumindo a Herdade da Ferraria. Em 2024, passam as suas quotas da Quadrante Frenético a Ana Vargos, que se torna a única gerente.

O caso foi alvo de uma denúncia feita à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), apontando para “um quadro de uma alegada promiscuidade entre partes e para a actuação de Volkert Schmidt em conflito de interesses”.

Interpelado pelo «Público», o regulador do mercado não prestou esclarecimentos sobre o conteúdo da queixa e os eventuais conflitos de interesse e falta de idoneidade de Volkert Schmidt para exercer cargos em empresas.

Também questionado pelo jornal, o Banco de Portugal (BdP) não deu igualmente esclarecimentos.

Já na óptica do Novo Banco, diz o «Público» que “a omissão da viabilidade construtiva na Herdada da Ferraria não é necessariamente um problema”, salientando o banco que “o preço da venda do activo no valor de 1,5 milhões de euros foi 36% (400.000 euros) acima do preço oferecido pela única oferta concorrente”.

Lusa/DI