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Flex offices em franco crescimento com Lisboa e Porto a liderarem o mercado

30 de dezembro de 2025

O mercado de escritórios flexíveis em Portugal entrou numa nova fase de expansão, impulsionado pelo trabalho híbrido, pela vitalidade do sector empresarial e por uma tendência clara de descentralização, segundo o relatório Beyond the Office: Portugal’s Flexible Work Revolution, elaborado pela Savills.

De acordo com a Savills Portugal, Lisboa e Porto concentram actualmente 150.000 metros quadrados e cerca de 20.000 workstations em espaços de coworking e flex offices, apoiados por uma taxa de crescimento anual superior a 20% desde 2018.​
“As estimativas apuradas confirmam que Portugal - e, em particular, Lisboa e Porto, enquanto principais centros urbanos e polos de atividade empresarial - tem assistido a um crescimento expressivo do ecossistema de espaços flexíveis”, refere Alexandra Gomes, Head of Research da Savills Portugal.
Portugal destaca-se na Europa por factores estruturais que reforçam a sua competitividade: é um país seguro, bem posicionado entre os destinos preferidos por estrangeiros e com um bom equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Lisboa continua a ser uma das capitais mais acessíveis da Europa, o que a torna altamente atrativa para empresas que querem reduzir custos sem perder centralidade.

Why Portugal: qualidade de vida e competitividade

O estudo revela que do ponto de vista económico, o país consolida-se como um mercado inovador, com foco em inovação e um ambiente favorável ao empreendedorismo, tendo Lisboa como um hub europeu de startups. Com talento qualificado, tecnologia em crescimento e custos competitivos, Portugal oferece condições ideais para empresas que procuram agilidade e inovação.

Entre 2024 e o primeiro semestre de 2025, Lisboa registou um forte dinamismo neste segmento: cerca de 40% das operações foram relocalizações e 27% expansões, enquanto 20% corresponderam à entrada de novas empresas, que recorrem ao coworking como porta de entrada rápida na cidade.

O relatório da Savills mostra ainda que pequenas e médias empresas, sobretudo das áreas de tecnologia, media e telecomunicações, lideram a procura por soluções plug-and-play em zonas centrais. Esta tendência reflecte-se também na dimensão das operações: 82% das transacções envolveram até 50 postos de trabalho, confirmando a predominância de equipas pequenas e ágeis.

Quem está a apostar no flex?

Os flex offices, antes associados a freelancers e startups, tornaram-se parte da estratégia das grandes empresas que procuram modelos mais ágeis e competitivos. Esta mudança, aliada à maior atenção a critérios ESG, ao bem-estar e à descentralização, está a acelerar a adoção de soluções híbridas e tecnológicas, abrindo espaço a novos conceitos em Lisboa e Porto, mas também em cidades como Braga e Aveiro.

Neste contexto, o escritório deixa de ser apenas um espaço físico e passa a ser um ativo estratégico: um ambiente que promove colaboração, bem-estar e produtividade, suportado por tecnologia e práticas sustentáveis. Além disso, os modelos flexíveis permitem às empresas evitar o investimento inicial em obra e equipamento, preservam liquidez e reduzem o risco associado a contratos longos em cenários de maior incerteza.

“Os espaços flexíveis e de coworking em Portugal, sobretudo em Lisboa e no Porto, apresentam taxas de ocupação muito elevadas, impulsionadas pela procura de grandes empresas que querem testar mercados e modelos de trabalho sem assumir compromissos de longo prazo. A par disso, fatores financeiros têm ganho relevância, já que muitos contratos são registados como serviços e não como passivos de arrendamento, retirando dívida do balanço e beneficiando a avaliação das empresas, em especial nos setores de maior crescimento, como tecnologia ou gaming”, salienta Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills Portugal.

A Savills acrescenta também que diante destas mudanças, Portugal surge como um dos mercados mais promissores para flex offices na Europa. "Combinando qualidade de vida, custos competitivos e um ecossistema empresarial em expansão, o país está preparado para liderar a próxima fase da transformação do trabalho".