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Flex Offices ganham força em Portugal: Sector já criou 6.000 empregos na economia nacional

7 de outubro de 2025

Portugal está a ganhar cada vez mais destaque no mapa mundial dos Flex Offices, um sector que oferece soluções de escritórios rápidas e adaptáveis a empresas de todas as dimensões e áreas de actuação.

A conclusão é apresentada pela consultora imobiliária JLL no seu estudo “Portugal Flexible Space Trends”, que traça o retrato actual do segmento no país, identificando os principais motivadores para a elevada procura deste tipo de espaço e a forma como os operadores estão a dar resposta.

O mercado de Flex Offices tem registado um assinalável crescimento nos últimos três anos, sendo um foco crescente de dinamismo da ocupação de escritórios e contabilizando cerca de 1.700 postos de trabalho ocupados em Lisboa e no Porto só em 2024, estendendo também o seu impacto à economia e à cultura de trabalho no nosso país. Este sector assumiu um papel essencial na facilitação da transição para modelos de trabalho híbrido na consolidação de uma nova forma de trabalhar, com maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, apura o estudo da JLL.

“A proliferação deste tipo de espaços tem efeitos positivos sobre o setor imobiliário, mas o seu impacto é muito mais vasto. A nível económico, contribui para a criação direta de emprego, fomenta a inovação e a diversificação da economia, além de reduzir as barreiras à entrada de pequenas empresas e start-ups, permitindo que testem o mercado com flexibilidade na estrutura de ocupação”, explica Andreia Almeida, Head of Research da JLL Portugal.

“Além disso”, acrescenta Andreia Almeida, “os Flex Offices são uma ferramenta essencial na consolidação de uma nova cultura de trabalho, marcada por um maior equilíbrio entre os campos pessoal e profissional. É um sistema de ocupação que facilita a transição para modelos híbridos, permitindo às empresas adaptarem-se mais rapidamente à evolução das preferências dos seus colaboradores, enquanto mantêm estruturas de custos flexíveis”.

De acordo com o estudo da JLL, este sector está a colocar Portugal no radar internacional quer das empresas ocupantes quer das marcas que operam este tipo de espaço.

Motivadas por um país com uma localização estratégica na Europa - especialmente no contexto transatlântico -, que é estável e seguro, com qualidade de vida e recursos humanos qualificados, há cada vez mais empresas a procurar esta opção em Portugal para instalar os seus negócios. O interesse é particularmente forte por parte das empresas tecnológicas, que já representam 40% da ocupação do mercado flex. Os principais motivadores para a crescente procura de escritórios flexíveis passam por este ser um modelo que permite ocupação imediata, que exige menor investimento inicial, permite maior adaptabilidade às necessidades de crescimento de uma empresa, além de dispor de valências e serviços de apoio à colaboração e socialização das equipas. Por outro lado, é para muitas empresas, a solução mais adequada face à implementação dos novos modelos de trabalho, que muitas vezes obriga à redução de espaço.

Em Portugal, depois de um 2024 com mais de 1.700 postos de trabalho ocupados neste tipo de escritórios em Lisboa e Porto, 2025 exibe uma elevada dinâmica, com outros 750 postos já negociados nos primeiros seis meses do ano e uma procura ativa para mais 670, revela a JLL. Além disso, os negócios estão com maior dimensão: a média dos contratos passou para 55 postos de trabalho por empresa, um salto face aos 39 do ano anterior.

Quanto a preços, Lisboa e Porto apresentam realidades bem diferentes. Na capital, um posto de trabalho pode custar entre 400 euros e 800 euros, enquanto no Porto os valores ficam entre 200 euros e 300 euros. Lisboa regista 450 postos ocupados no 1.º semestre do ano, com procura activa para outros 380, considerando apenas as manifestações de interesse registadas pela JLL. O Porto, por seu lado, contabilizou 300 estações de trabalho ocupadas nos primeiros seis meses do ano, com outras 290 de procura latente identificada.

Do lado da oferta há também uma crescente atividade. Por um lado, os operadores já presentes no mercado estão a expandir as suas carteiras para dar resposta a esta forte procura, estando particularmente focados em criar espaços com maior capacidade de postos de trabalho e mais áreas de escritórios privados, melhores zonas colaborativas e um maior leque de serviços. Ao mesmo tempo, o mercado atrai novos players internacionais, sinalizando a confiança no setor português de Flex Office.

Carolina Villax, Head of Tenant Representation Portugal da JLL, afirma que “há muitos planos de novos investimentos em Flex Office. Por um lado, há interesse de novos operadores internacionais, como a Monday, com fortes investimentos planeados para Lisboa, a Venture X, que abriu recentemente um centro na Avenida da Liberdade, ou a One Cowork, que prepara uma abertura para o final de 2027. Por outro lado, os operadores já ativos no mercado estão também a preparar-se para aumentar a oferta e abriram novos centros como é o caso da Nimbler, Regus e Heden em Lisboa, ou da LACS e Maleo no Porto”.

E acrescenta: “estes planos são uma prova do dinamismo do mercado de escritórios flexíveis em Portugal e do seu apelo quer junto dos operadores nacionais quer internacionais, que procuram capitalizar a procura crescente por soluções de espaço flexível da sua carteira de clientes internacionais”.

Para já, apesar dos índices de forte crescimento dos últimos anos, o mercado permanece ainda reduzido, ao somar apenas 152.000 m2 de Flex Office em Lisboa e 37.000 m2 no Porto, correspondentes, a 3% e 1%, respetivamente, dos stocks contabilizados nas duas regiões.

Por isso, conclui Andreia Almeida: “Vamos assistir a mais expansão de espaço flexível, pois há uma crescente procura por este tipo de soluções pela parte de empresas que querem estabelecer-se ou expandir os seus negócios em Lisboa e no Porto, além dos operadores que vão reforçar os seus portefólios. É um setor promissor, que irá crescer em volume, mas irá evoluir também em termos de configuração. Vamos ter espaços de maior dimensão, para acomodar equipas maiores, com mais foco na sustentabilidade e na qualidade dos serviços e dos layouts, oferecendo alternativas competitivas e mais eficientes em termos de custos e de tempo face ao escritório tradicional”.