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Extensão do Metro Sul do Tejo: ruído, atravessamento da linha e interfaces preocupam população
A consulta pública do projecto de extensão do Metro Sul do Tejo até à Costa da Caparica e Trafaria revelou que os cidadãos estão preocupados com o ruído, o atravessamento pedonal e rodoviário da linha e com os interfaces.
As conclusões da consulta pública desenvolvida em duas sessões presenciais e online foram apresentadas em conferência, na quinta-feira, pelo grupo de trabalho da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no Monte da Caparica.
O trabalho de organização, mediação e sistematização dos contributos dos cidadãos foi desenvolvido a pedido do Metropolitano de Lisboa, em parceria com o Município de Almada e a TML - Transportes Metropolitanos de Lisboa, para estudar a futura expansão do Metro Sul do Tejo até à Costa da Caparica e Trafaria.
Através da consulta pública, a população do concelho de Almada, no distrito de Setúbal, foi assim chamada a participar num debate sobre um projecto que prevê a criação de 10 estações.
Segundo o grupo de trabalho, quer na participação online quer nas sessões presenciais, uma realizada na Trafaria e outra na Costa da Caparica, os cidadãos manifestaram preocupações relativas ao ruído e vibração que o transporte possa vir a causar.
Outra das preocupações de destaque prende-se com os esquemas de trânsito, nomeadamente o atravessamento pedonal e rodoviário da linha.
Em destaque surge também a questão dos interfaces com outros transportes assim como a necessidade de locais de estacionamento.
O traçado em estudo terá uma extensão de 7,16 km e inclui 10 estações
Numa reacção aos dados agora divulgados, a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, disse em declarações à agência Lusa que revelam "os traumatismos dos almadenses relativamente à primeira fase de instalação do metro".
Algumas destas preocupações, adiantou, a autarquia já tinha transmitido pelo que considera positivo agora verificar que coincidem com o que os almadenses referem.
Estes contributos foram analisados com rigor e irão ser aprofundados, reflectindo o compromisso do Metropolitano de Lisboa na elaboração de um projecto tecnicamente robusto e maturado”, afirmou Maria Helena Campos, presidente em exercício do conselho de administração do Metropolitano de Lisboa.
No final da conferência foram apresentados ainda os próximos passos deste projecto que inclui, ainda em março, a publicação online das perguntas de resposta imediata. Ainda este mês será entregue o relatório final de todo o processo de participação pública ao Grupo de Trabalho composto pelo Metropolitano de Lisboa, a TML - Transportes Metropolitanos de Lisboa e a Câmara Municipal de Almada.
Já a partir de setembro, vão ser apresentadas as respostas a todas as questões colocadas.
O traçado em estudo terá uma extensão de 7,16 km e inclui 10 estações: Pêra, Várzea de Pêra (com ligação ao Funchalinho), Centro da Costa da Caparica, Parque Urbano da Costa da Caparica, Santo António, São João, São Pedro, Madame Faber/Matas Nacionais, Bombeiros Voluntários da Trafaria e Estação Fluvial da Trafaria.
Em Julho de 2024, o ministro das Infraestruturas disse esperar que as obras para a extensão do Metro Sul do Tejo à Costa da Caparica e à Trafaria possam arrancar dentro de cinco a sete anos. Um prazo que muitos utentes e almadenses consideram "absolutamente inaceitável".
A expansão do Metro Sul do Tejo à Costa da Caparica foi anunciada pelo então primeiro-ministro António Costa (PS) em 29 de Março de 2023, durante a iniciativa Governo Mais Próximo no distrito de Setúbal.
Actualmente com três linhas em funcionamento, Cacilhas/Corroios, Pragal/Corroios e Cacilhas/Campus da NOVA FCT, o Metro Sul do Tejo revolucionou a mobilidade entre Almada, Corroios e o Monte da Caparica, e, segundo dados da empresa, transporta mais de 16 milhões de passageiros por ano.
Lusa/DI