
Museu Nacional da Arte Antiga - Imagem Google StreetView

Tentações de Santo Antão, de Jheronymus Bosch

O Inferno - autor português desconhecido

Martírio de São Sebastião, autor: Gregório Lopes
Expansão do Museu Nacional de Arte Antiga vai (finalmente) ser uma realidade
António Leitão Amaro lembrou, em contacto com a imprensa, que o MNAA “não tinha obras sérias desde 1940”, e que “só consegue, dada a limitação de espaço, expor 5% da sua colecção de cerca de 50 mil peças”.
Para a expansão do museu é preciso adquirir três imóveis, situados também na zona das Janelas Verdes, “coisa que é viabilizada com esta aprovação”, afirmou.
Em Janeiro de 2024 foi aprovada em Conselho de Ministros uma despesa de 10 milhões de euros para a aquisição de três edifícios para o projecto de ampliação do museu. O anúncio foi feito pelo então primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Cultura da altura, Pedro Adão e Silva. Segundo se soube hoje, o montante disponibilizado pelo actual governo é de 10,2 milhões de euros e destina-se à compra de dois imóveis e um terreno para expansão do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa.
Na quinta-feira, o Governo aprovou, em Conselho de Ministros, verbas para o projeto aguardado há mais de 60 anos pelos sucessivos dirigentes do museu da capital que alberga a mais importante coleção de arte antiga do país.
O actual director do MNAA, Joaquim Caetano, disse à Lusa, meio ano mais tarde, em Junho de 2024, que os três edifícios anunciados em Janeiro já tinham sido adquiridos pela empresa de capitais públicos Estamo – Participações Imobiliárias.
"Dada a limitação de espaço, o museu só consegue expor 5% da sua colecção de cerca de 50 mil peças...
“É uma necessidade sentida e expressa há mais de 60 anos pelos sucessivos directores do museu”, recordou na altura o responsável.
Para o prosseguimento do projecto “tem de haver um plano prévio do museu, um plano de arquitectura e um concurso para as obras, que terão de ser internacionais porque será uma obra grande”, referiu Joaquim Caetano.
“Nós já temos um estudo de volumetria e de ocupação global dos espaços, mas só com os projectistas é que se trabalhará no acerto concreto da museografia”, acrescentou.
A necessidade deste projecto está definida há mais de 60 anos, quando já o historiador de arte e especialista em pintura portuguesa João Couto, diretor do MNAA de 1937 a 1962, dizia que o museu precisava de se expandir para expor as colecções.
A concretização do projecto deverá permitir a expansão da área expositiva e das reservas do museu que alberga tesouros como os Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, obra-prima da pintura europeia do século XV, e a Custódia de Belém, de Gil Vicente, mandada lavrar por Manuel I e datada de 1506.
Os Biombos Namban, do final do século XVI, registando a presença de portugueses no Japão, e o tríptico "As Tentações de Santo Antão", de Hieronymus Bosch, são outras peças relevantes do acervo do MNAA.
Criado em 1884, o MNAA detém a mais relevante colecção pública do país em pintura, escultura, artes decorativas – portuguesas, europeias e da Expansão –, desde a Idade Média até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como “tesouros nacionais”, assim como a maior colecção de mobiliário português.
Lusa/DI