Sabrab desenha o seu escritório do futuro
Deixar que a luz natural inundasse todo o espaço foi o conceito para o desenvolvimento do projecto do renovado escritório do atelier de arquitectura Sabrab, localizado na Alameda dos Oceanos, no Parque das Nações, em Lisboa.
De acordo com a equipa de arquitectos da Sabrab, Miguel Barbas, Pedro Unas e Maria Barbas, o espaço encontrava-se originalmente segmentado com diversas áreas de trabalho e onde a luz natural se assumia como um actor quase inexistente, a ideia base para a criação do escritório passou desde logo pela libertação de toda a área transformando-a num open space.
"Pretendia-se que quase toda a área do projecto fosse parte integrante de um único espaço levando a que a opcção para a segmentação a fazer, passa-se pela colocação de painéis de vidro.
Estes para além de permitirem a criação de espaços de trabalho mais reservados permitem ainda que a luz natural, que entra apenas por duas janelas existentes na fachada principal do edifício, preencha quase todo o escritório de forma homogénea", escrevem na memória descritiva.
Assim, decidiram que numa área de 120m2 criaram-se áreas diversas que pudessem responder às necessidades da empresa, nomeadamente com dois gabinetes de trabalho, sala de reuniões em zona central do escritório e open space com área comum de trabalho colectivo e ainda zona técnica e de impressão.
"Tratando-se de uma empresa que assenta na criatividade e no desenvolvimento de novas ideias, assente numa troca de conhecimento dos seus colaboradores e ainda na procura de novas soluções, foi pensada uma área de jogo que pudesse proporcionar um ambiente de descontração na qual foi implantada uma mesa de snooker e ping pong. Esta mesa permite ainda a possibilidade de se transformar em mesa de trabalho de dimensão superior à existente na sala de reunião", explicam.
Para quebrar a forma quadrada e regular da planta base do escritório, surgem no projecto, nomeadamente na criação dos compartimentos fechados, formas geométricas irregulares que definem a sala de reunião e os dois gabinetes de trabalho.
O conceito criado por estas formas define para além da compartimentação do espaço as soluções para a aplicação dos revestimentos de pavimentos e ainda a solução para o desenho dos tectos suspensos.
Os arquitectos referem aiinda que "a simplicidade que se pretendeu dar ao projecto com aplicação de apenas um elemento interior vertical de destaque, o vidro, levou também a ideias de conceito simples para a aplicação dos revestimentos de pavimentos e dos tectos.
Quis assumir-se no projecto uma diferenciação ao nível dos revestimentos de pavimento entre as zonas de trabalho encerradas, gabinetes de trabalho e sala de reunião, e a zona de open space".
Nas zonas encerradas optou-se pela aplicação de mármore de estremoz com manchas irregulares de tons cinza, da região do Alentejo em Portugal, e para a restante área do escritório um pavimento contínuo em Microcimento de cor cinza.
"No projecto houve a intenção de manter memórias de elementos construtivos do próprio edifício ao nível dos tectos, pelo que se optou em parte da área, nomeadamente na zona de open space apenas pela pintura da laje de betão de cor cinza, reservando para as zonas encerradas e em torno destas a definição de tectos suspensos com formas geométricas pintadas de branco que acompanhassem a implantação dos espaços. No interior dos compartimentos encerrados os tectos soltam-se dos limites como se de plataformas suspensas se tratasse", concluem.
Fotografias: FG + SG Architectural Photography