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Escritórios

 

Espaços ESG e Best-in-Class são as grandes tendências do mercado de escritórios em 2024

11 de janeiro de 2024

A competição pela atração e retenção de talento continuará a sustentar uma maior procura de espaços de excelência com mais comodidades, pressionando os operadores a melhorar as suas ofertas, indica a Savills.

Para competir e garantir tenants, os operadores já estão a implementar normas que vão além dos ginásios, salas de yoga, cafés e espaços exteriores, incorporando comodidades semelhantes às de um hotel de cinco estrelas, como chefs de cozinha privados e bares rooftop.

Localização, localização, localização:

Tal como os tenants que procuram o melhor espaço, os operadores também querem estar nas melhores localizações, que oferecem aos seus colaboradores boas redes de transportes e uma gama completa de comodidades. Em muitos mercados, assistiu-se a um aumento da atividade dos operadores de flex offices nas principais áreas do centro da cidade. No entanto, a falta de espaços de escritórios disponíveis em muitas cidades europeias, especialmente em Madrid, Munique e Barcelona, que se debatem com baixas taxas de vacancy (inferiores a 5%), terá um impacto significativo nos níveis de take-up e na disponibilidade de espaços de escritórios flexíveis.

ESG (Environmental, Social, and Governance):

Os critérios ESG estão a tornar-se cada vez mais importantes, tanto para os operadores como para os tenants que procuram espaços em edifícios com as melhores credenciais ecológicas. As oportunidades, especialmente para as empresas, residem em espaços que não só cumprem as normas ESG, como também estão localizados em edifícios com certificações LEED ou BREEAM. O espaço flexível continuará a desempenhar um papel único nas estratégias de descarbonização das empresas através dos seus fundamentos de partilha do melhor espaço otimizado.

Maior agilidade e controlo de custos:

Prevê-se que a incerteza no mercado macroeconómico e os elevados custos de capital aumentem a procura e o interesse no setor dos flex offices. Várias empresas estão a diversificar a sua carteira com soluções mais flexíveis para refletir a agilidade necessária para navegar neste período contínuo de incerteza. Após a Covid-19, algumas empresas de maior dimensão reduziram a sua área de escritórios para facilitar o trabalho híbrido, reduzindo as despesas de capital e utilizando simultaneamente espaços de flex office para diversificar as suas carteiras.

Obter rentabilidade através de oportunidades de rendimento auxiliar:

O aumento dos custos operacionais exerceu pressão sobre as margens de lucro de muitos operadores ao longo dos últimos dois anos, e embora tenhamos assistido a um aumento dos desk prices no segmento premium do mercado na maioria das cidades europeias, a situação tem sido mais difícil no segmento económico. Como tal, esperamos que os operadores se concentrem realmente em impulsionar a rentabilidade em 2024, analisando onde mais podem aumentar a margem para além das tarifas e analisando as suas receitas acessórias, seja através de mais vendas de salas de reuniões e eventos, impulsionando as vendas de desks para coworking ou aumentando a venda de serviços tecnológicos aos clientes.

De acordo com Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices, Savills Portugal, "o conceito de flex offices tem registado um percurso bastante positivo na Europa e Portugal não é exceção uma vez que, em 2022, esta tipologia de espaços foi responsável por uma taxa de ocupação de 10% do total do mercado de escritórios. Já em 2023, apesar do take-up dos espaços de coworking por operadores registar um decréscimo, em Portugal continua a existir procura, sendo esta uma tendência que veio para ficar, impulsionada não só pela chegada de empresas internacionais ao território nacional com planos de crescimento agressivo e necessidades de ocupação imediata, mas também porque as empresas procuram hoje mais do que quatro paredes, procuram sim, uma gama de serviços integrados que os flex offices poderão oferecer, sendo esta uma grande vantagem competitiva do segmento".