Despesa em defesa pode gerar mais 37 milhões de m² de procura logística na Europa até 2033
O aumento da despesa em defesa nos países da NATO poderá criar até 37 milhões de m² adicionais de procura por espaços industriais e logísticos na próxima década, revela o relatório Savills Defence Logistics 2025.
A tendência resulta da meta definida na cimeira da NATO de 2025, que recomenda investir 3,5% do PIB em capacidades militares essenciais. Segundo a Savills, só em 2024 a absorção europeia foi de 30 milhões de m², número que poderá crescer 17% até 2033.
Actualmente, a indústria de defesa emprega cerca de 1 milhão de pessoas na Europa e ocupa entre 35 e 40 milhões de m² de espaço produtivo e logístico. Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Espanha deverão concentrar a maior fatia do crescimento.
Embora Portugal não seja um mercado directo para a defesa, a consultora considera que o país poderá beneficiar de forma indirecta, acolhendo indústrias relocalizadas devido à pressão sobre os principais mercados. “Portugal surge como destino natural pela sua posição estratégica e competitividade energética”, sublinha Tiago Cortez, da Savills Portugal.
No Reino Unido, estima-se que a meta da NATO represente até 3 milhões de m² adicionais de procura logística e industrial em sete anos, um volume comparável ao absorvido anualmente pelos grandes retalhistas.
A Savills alerta, contudo, que os requisitos específicos da defesa — como protocolos de segurança e infraestruturas especializadas — colocam desafios acrescidos num mercado já pressionado por sectores como o e-commerce e a produção industrial.
Fotos: relatório Savills.
