Desburocratizar o setor imobiliário para servir os portugueses
Em 2021, Portugal desceu seis posições no ranking de Competitividade Mundial do IMD (Institute for Management Development), de 36º para 42º, e no critério da eficiência do governo e das empresas (no qual se insere o nível de burocracia) a sua classificação também caiu de 38º para 42º. A excessiva burocratização tem atuado como um travão ao desenvolvimento da economia, sendo o mercado imobiliário um bom exemplo desta tendência.
Apesar da elevada atratividade do mercado imobiliário português quer a nível nacional – pelo facto de os portugueses valorizarem mais a compra de casa própria do que o arrendamento -, quer a nível internacional, ainda nos deparamos com processos de compra e venda de casa demorados, complexos e desgastantes para as partes envolvidas. Adicionalmente, é um processo extremamente desafiante de realizar sem o apoio de uma entidade especializada, já que envolve múltiplos intervenientes – banco, agência imobiliária, notário, seguradora, entre outros –, numerosas deslocações e gastos consideráveis. De acordo com a Confidencial Imobiliário, a venda de uma casa implica cerca de seis meses e requer, em média, 20 visitas físicas, um cenário desanimador para quem quer passar ao próximo capítulo da sua vida ou negócio.
Então, qual o caminho para descomplicar este processo? Como proporcionar uma experiência que corresponda à felicidade que este momento pode trazer às pessoas e ao peso que esta decisão tem na sua vida?
A transformação digital que já se faz sentir em diversas indústrias, como é o caso da energia, telecomunicações ou banca, é, sem dúvida, essencial. No mercado imobiliário, estes passos começaram a ser dados inicialmente por agências imobiliárias, na disponibilização de todo o seu portefólio online, e também por plataformas de aluguer de casas, que permitem inclusive que se arrende uma casa com total segurança sem nela se ter entrado. Estas soluções ganharam especial relevância com a pandemia, altura em que o confinamento atrasou muitas visitas e decisões. Contudo, a digitalização deste setor deve ir além da disponibilização de catálogos digitais de imóveis para arrendar ou comprar. O potencial da tecnologia é muito superior e pode e deve ser introduzido em processos mais complexos da transação imobiliária – desde a avaliação ao instante de entrega da chave.
No momento de vender um imóvel, a definição do preço é muitas vezes baseada em especulações de mercado. Para ultrapassar a falta de transparência na definição dos preços, os proprietários optam por procurar imóveis de tipologia e condições semelhantes à sua, saber o valor-base do metro quadrado na zona e consultar notícias sobre as tendências do mercado e as áreas com maior potencial de crescimento na cidade. Contudo, isso exige uma disponibilidade e conhecimento do setor de que a maioria não dispõe.
Adicionalmente, o risco associado à transação gera muita ansiedade entre as partes – o comprador tem de confiar que o vendedor não volta atrás na sua intenção e o vendedor deve confiar que o comprador tem asseguradas todas as condições de crédito necessárias. Uma relação de confiança entre duas partes
que, habitualmente, não se conhecem, e que tem de perdurar durante um longo período até que a transação seja concluída.
Por fim, ainda que o recurso a terceiros, como bancos e notários, seja inevitável, a sua gestão tem potencial para melhorar. Assegurar que todos os documentos estão reunidos e que não ocorrem quaisquer imprevistos no momento da escritura revelam-se tarefas particularmente desafiantes para o cidadão comum, sem experiência na área.
Tendo em conta o potencial do mercado imobiliário nacional e as diversas oportunidades de melhoria existentes, a Casavo entrou em Portugal com o objetivo de contribuir para a sua evolução, melhorando a experiência de compra e venda de casas e tornando o processo mais simples, fácil, confortável e transparente para todas as partes envolvidas. A plataforma da Casavo permite realizar, de forma autónoma e gratuita, avaliações instantâneas às propriedades, baseadas unicamente nas suas características e condições reais. De seguida, a proposta de compra é apresentada ao vendedor e, caso haja acordo, a casa é adquirida pela Casavo diretamente em apenas alguns dias, eliminando o período de incerteza e garantindo 100% do capital. Adicionalmente, para assegurar que tudo ocorre de forma fluida e mais agradável, a Casavo acompanha todo o processo e encarrega-se da gestão de toda a burocracia.
No contexto atual, em que se antevê um arrefecimento do setor imobiliário, influenciado pelas elevadas taxas de juro e pelo contexto macroeconómico, é cada vez mais relevante encontrar estratégias que favoreçam e facilitem as aquisições e transações no setor, tornando-o mais competitivo. A digitalização é, sem dúvida, um passo essencial para a desburocratização e para devolver a alegria desta decisão aos portugueses que estão a começar um novo capítulo nas suas vidas.
Duarte Ferreira dos Santos
City Manager da Casavo em Lisboa
*Texto escrito com novo Acordo Ortográfico