Comprar ou arrendar casa: taxa de esforço dispara nos últimos quatro anos
A percentagem do rendimento familiar necessária para enfrentar a compra ou o arrendamento de uma habitação aumentou nos últimos quatro anos em praticamente todas as capitais de distrito portuguesas, de acordo com um estudo realizado pelo idealista que analisou as taxas de esforço do primeiro trimestre de 2019 e 2023 para comprar e arrendamento de um apartamento T2.
O esforço exigido para arrendar uma casa em Portugal aumentou 2 pontos percentuais (p.p.), passando de 69% no primeiro trimestre de 2019 a 71% no primeiro trimestre de 2023. Já na compra, a taxa de esforço nacional aumentou 23 pontos, passando de 30% para 53% desde 2019.
Taxa de esforço no arrendamento
Das cidades analisadas, foi em Faro onde a taxa de esforço para arrendar uma casa mais aumentou nos últimos quatro anos, passando de 45% no primeiro trimestre de 2019 para 68% no mesmo período de 2023, aumentando 23 p.p.
Entre os maiores aumentos das taxas de esforço para arrendar a casa em quatro anos está ainda o Porto (20 p.p.), Funchal (19 p.p.), Viana do Castelo (17 p.p.), Setúbal (15 p.p.), Viseu (15 p.p.), Santarém (14 p.p.), Ponta Delgada (10 p.p.), Lisboa (10 p.p.), Castelo Branco (10 p.p.), Leiria (9 p.p.), Coimbra (9 p.p.), Aveiro (8 p.p.) e Braga (8 p.p.).
Lisboa é a cidade que requer o maior esforço por parte das famílias para arrendar uma casa, sendo necessário destinar 82% dos seus rendimentos no primeiro trimestre de 2023. Segue-se o Funchal (75%), Porto (74%), Faro (68%), Setúbal (53%), Ponta Delgada (52%), Évora (51%), Viana do Castelo (51%), Aveiro (50%) e Braga (49%).
Já as cidades onde as rendas da casa pesam menos nos rendimentos familiares são Castelo Branco (34%), Coimbra (40%), Santarém (41%), Leiria (43%) e Viseu (43%). De referir que todas as capitais de distrito apresentaram taxas de esforço superiores ao recomendado, de 33%.
Taxa de esforço para comprar
A percentagem de rendimentos que as famílias devem destinar para comprar uma casa, aumentou em todas as capitais de distrito nos últimos quatro anos, com exceção de Portalegre, onde passou de 15% no primeiro trimestre de 2019 a 13% no mesmo período de 2023, diminuindo 2 p.p.
Por outro lado, foi no Funchal onde a taxa de esforço mais aumentou, passando de 38% a 78%, originando um aumento de 40 p.p. Seguem-se os aumentos da taxa de esforço em Faro (37 p.p.), Ponta Delgada (33 p.p.), Aveiro (32 p.p.) e Porto (24 p.p.), Braga (23 p.p.), Viana do Castelo (23 p.p.), Évora (23 p.p.), Leiria (18 p.p.), Lisboa (18 p.p.), Setúbal (18 p.p.), Coimbra (16 p.p.), Vila Real (16 p.p.), Viseu (15 p.p.) e Santarém (11 p.p.). As cidades onde a taxa menos cresceu entre estes dois momentos foram a Guarda (4 p.p.), Castelo Branco (4 p.p.), Bragança (6 p.p.) e Beja (7 p.p.).
No início de 2023, a cidade com a maior taxa de esforço para comprar casa foi o Funchal (78%), seguido por Faro (73%), Lisboa (72%), Porto (63%), Aveiro (58%), Ponta Delgada (50%), Braga (46%), Viana do Castelo (44%) e Évora (43%). Com taxas de esforço inferiores a 40% e superiores à recomendada de 33% encontram-se as cidades de Leiria (36%), Setúbal (35%), Coimbra (35%) e Viseu (35%).
Por outro lado, verifica-se que há sete capitais de distrito onde é possível comprar casa com uma taxa de esforço inferior à recomendada de 33% (em que a prestação da casa pesa menos de um terço do rendimento disponível da família): Vila Real (30%), Santarém (23%), Bragança (20%), Beja (20%), Castelo Branco (16%), Portalegre (13%) e Guarda (13%).