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Habitação by century 21

 

Como os Millennials e a Geração Z estão a alterar as tendências da habitação

20 de janeiro de 2025

O mercado imobiliário português está a atravessar uma verdadeira revolução, impulsionada pelas prioridades das gerações mais jovens, como os Millennials e a Geração Z (Gen Z). Mudanças nas preferências dos compradores, que estão a transformar o sector, destacando a sustentabilidade, a tecnologia e a personalização dos espaços como prioridades emergentes, revela o último estudo do Imovirtual.

Segundo o portal imobiliário, nos últimos anos, o conceito de casa deixou de ser apenas funcional para se tornar um reflexo do estilo de vida de quem a habita. "O impacto da pandemia, por exemplo, trouxe para a ribalta a importância dos espaços exteriores. Varandas, jardins e terraços, que outrora eram vistos como complementos, tornaram-se agora verdadeiros requisitos para muitos compradores, simbolizando uma procura por conforto, bem-estar e qualidade de vida.

Paralelamente, o teletrabalho consolidou-se como uma realidade para muitos, alterando as prioridades habitacionais. A procura por imóveis que incluam divisões adaptáveis, como escritórios domésticos ou espaços multifuncionais, disparou, no qual a funcionalidade dos espaços deixou de ser uma questão secundária e passou a ter um peso decisivo na escolha de um imóvel, marcando uma mudança clara nas dinâmicas de compra", refere o estudo.

Estas novas exigências são principalmente impulsionadas pela Geração Z, que cresceu num mundo conectado e que valoriza profundamente a sustentabilidade. Para estes compradores, certificações energéticas, sistemas de energia renovável e materiais ecológicos deixaram de ser luxos para se tornarem critérios essenciais na escolha de um imóvel. Esta tendência reflecte uma visão de longo prazo, onde o impacto ambiental se cruza com a eficiência económica, destacando uma mudança de paradigma no mercado.

A tecnologia, por sua vez, desempenha um papel central nesta transformação. 

Com o avanço de ferramentas como visitas virtuais e tours 3D, o processo de compra tornou-se mais ágil e eficiente. Estas soluções não só permitem uma análise detalhada dos imóveis antes da primeira visita física, como também otimizam o tempo de agentes imobiliários e compradores, num mundo onde o tempo é cada vez mais valioso.

Esta nova geração de compradores tem necessidades muito específicas e, ao mesmo tempo, grandes expectativas em relação à funcionalidade e sustentabilidade das casas. O mercado imobiliário precisa de acompanhar esta mudança, apostando em inovação e adaptando-se a estas novas prioridades. Só assim será possível continuar a captar o interesse e a confiança deste público”, afirma Tiago Ferreira, Head of Operations Real Estate Portugal do Imovirtual.

Apesar destas mudanças, o sector ainda enfrenta desafios significativos. A análise do Imovirtual, refere ainda que a falta de oferta de imóveis em algumas regiões, especialmente nas áreas urbanas, continua a pressionar os preços, dificultando o acesso à habitação. Simultaneamente, a burocracia permanece um dos maiores entraves, tornando o processo de aquisição de imóveis moroso e complexo. Num momento em que a digitalização já é uma norma em muitos sectores, o mercado imobiliário tem de acompanhar esta evolução, simplificando processos e aumentando a eficiência para melhorar a experiência dos consumidores.

"O mercado imobiliário encontra-se, assim, numa encruzilhada entre tradição e inovação. A procura por imóveis que combinem funcionalidade, sustentabilidade e tecnologia já não é uma tendência isolada, mas sim a nova norma para os compradores. A capacidade de adaptação dos profissionais do sector será crucial para prosperar neste novo cenário e moldar o futuro do mercado", conlui o estudo.