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Hong-Kong - Foto de Philipp para Pixabay

China: Preços da habitação nova põem fim a 16 meses de quedas

16 de fevereiro de 2023

Os preços da habitação nova na China puseram fim, em Janeiro passado, a 16 meses consecutivos de quedas, segundo dados oficiais divulgados hoje pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país asiático.

O indicador que acompanha a evolução dos preços nas 70 maiores cidades do país praticamente não registou oscilações, fixando-se nos 6.999,7 pontos em janeiro, face a 7.000 pontos no mês anterior.

Em Dezembro, os preços caíram 0,25% em relação a Novembro.

Destas 70 cidades, 36 registaram um aumento mensal nos preços das novas construções residenciais - mais do dobro do registado em Dezembro (15), observou a agência noticiosa oficial Xinhua.

A construção nova caiu quase 40%, no contexto da crise de liquidez que afecta o sector na China há mais de dois anos.

A situação financeira de muitas imobiliárias chinesas deteriorou-se depois de, em Agosto de 2020, Pequim ter imposto restrições no acesso ao financiamento bancário, visando reduzir os níveis de alavancagem das empresas, entre as quais se destacou o grupo Evergrande, com um passivo superior a 300.000 milhões de dólares.

Nos últimos meses, o Governo mudou de rumo e anunciou várias medidas de apoio, inclusive a abertura de linhas de crédito, cujo objectivo prioritário é finalizar empreendimentos cujas obras ficaram por completar.

A falta de liquidez no sector fez com que várias obras em todo o país fossem obrigadas a parar, o que resultou, no Verão passado, num “boicote às hipotecas”, que se estendeu a mais de uma centena de cidades, com os compradores de apartamentos inacabados a deixarem de pagar a prestação mensal aos bancos.

“As vendas começaram este ano tão deprimidas que é provável que haja uma recuperação cíclica de curta duração”, disse Mark Williams, economista-chefe para a Ásia da consultora Capital Economics, num relatório, ressalvando que a perspectiva negativa de longo prazo para a procura imobiliária “não se alterou”.

Lusa/DI