Banco Central Europeu anuncia nova subida de 25 pontos base nas taxas de juro de referência
O Conselho de Governadores decidiu hoje uma nova subida de 25 pontos base nas três taxas de juros de referência, colocando a taxa de facilidade de depósito em 3,75%, a taxa de juro das principais operações de refinanciamento em 4,25% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 4,5%.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, acredita que a economia da zona euro deverá manter-se fraca no curto prazo e realçou hoje que a inflação continua demasiado elevada, apesar do abrandamento.
Em conferência de imprensa, após a reunião de política monetária do Conselho de Governadores, Christine Lagarde afirmou que as perspectivas económicas “deterioraram-se” na zona euro, devido à “fraca procura interna ligada à inflação elevada e às condições financeiras mais apertadas”, que estão a reduzir os gastos".
A presidente do BCE antecipa que a economia deverá "manter-se fraca no curto prazo".
Segundo Lagarde, reflectindo estas dinâmicas, a produção industrial está mais fraca, contida pela fraca procura externa.
O investimento imobiliário e comercial também está mais fraco, enquanto os serviços apesar de mais resilientes, especialmente o turismo, têm diminuído o ímpeto, acrescentou.
“Ao longo do tempo, a queda da inflação, o aumento dos rendimentos e a melhoria das condições da oferta devem sustentar a recuperação”, considera.
A responsável do BCE sublinhou que “o mercado de trabalho continua robusto”, destacando que a taxa de desemprego se manteve em mínimos históricos de 6,5% em Maio e “muitos novos postos de trabalho estão a ser criados, especialmente no sector dos serviços”.
“Ao mesmo tempo, indicadores prospectivos sugerem que essa tendência pode desacelerar nos próximos meses e tornar-se negativa para a manucfatura”, antecipa.
Voltou ainda a apelar aos governos para que retirem as medidas de apoio à crise da energia, para evitar o aumento das pressões inflacionistas no médio prazo, o que de outra forma exigiriam uma resposta mais forte da política monetária.
Lusa/DI