Banca emprestou 16 mil milhões de euros a construtoras na China
Os bancos da China já aprovaram empréstimos no valor de cerca de 123,6 mil milhões de yuan (15,9 mil milhões de euros) a construtoras imobiliárias desde 25 de Janeiro, quando o Governo adoptou novas regras.
O Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural chinês disse na terça-feira à noite que até ao momento 214 cidades aderiram ao mecanismo e propuseram mais de 5.300 projetos imobiliários para uma lista, cujo objetivo é alargar o acesso ao crédito.
De acordo com um comunicado divulgado na rede social chinesa WeChat, já foram disponibilizados empréstimos no valor de 29,4 mil milhões de yuans (3,84 mil milhões de euros) a 162 empreendimentos localizados em 57 cidades.
Pequim tem redobrado esforços para pôr termo a uma crise que o setor imobiliário atravessa há mais de três anos. Dezenas de construtoras imobiliárias entraram em incumprimento, depois de o Governo ter travado os empréstimos excessivos, visando desalavancar o sector.
O colapso da Evergrande é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas, ou cerca de 70%, de acordo com diferentes estimativas.
Um tribunal de Hong Kong ordenou a 29 de janeiro a liquidação da construtora chinesa China Evergrande Group, depois de não ter conseguido chegar a acordo com os credores para reestruturar a dívida emitida além-fronteiras.
A Evergrande acumula um passivo de quase 330 mil milhões de dólares (304 mil milhões de euros).
As vendas de casas novas e os preços da habitação têm vindo a cair, o que se reflete na debilidade do consumo das famílias, face à queda da confiança.
O banco central da China anunciou na terça-feira uma redução de 0,25 pontos percentuais, de 4,2% para 3,95%, na taxa de juro para empréstimos a cinco anos ou mais, referência para o crédito à habitação.
O Banco do Povo da China impôs o maior corte desde que esta taxa de juro foi estabelecida como referência em 2019.
A redução ultrapassou as expectativas dos analistas, que previam um corte de 0,15 pontos percentuais, para 4,05%.
A taxa de referência para o crédito à habitação está agora num mínimo histórico, o que poderá encorajar os bancos comerciais chineses a aprovar mais hipotecas imobiliárias e a taxas mais vantajosas.
LUSA/DI