Artista Luísa Cunha e arquitecto Ricardo Carvalho vencem Prémios AICA 2022
A artista plástica Luísa Cunha e o arquitecto Ricardo Carvalho foram distinguidos, por unanimidade, com os prémios da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), para artes visuais e arquitectura, relativos a 2022, anunciou hoje a entidade.
Atribuídos em parceria com o Ministério da Cultura e a Fundação Millennium bcp, o Prémio AICA/MC/Millennium bcp 2022, no valor de 10.000 euros para cada modalidade, foi atribuído na sequência da apreciação de um júri independente, nomeado pela associação.
De acordo com o comunicado da Secção Portuguesa da AICA, o Prémio AICA de Artes Visuais foi atribuído a Luísa Cunha, de 74 anos, pela exposição individual “Partitura #4”, realizada na Galeria Miguel Nabinho, em Lisboa, e pela intervenção no espaço “Gabinete”, no Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia (MAAT), com a peça “Não”, com curadoria de João Pinharanda.
O Prémio AICA de Arquitectura foi atribuído a Ricardo Carvalho, de 52 anos, pela exposição individual “Todas as Direcções”, realizada com curadoria de Bárbara Silva, na Galeria NOTE, em Lisboa, em 2022.
O júri foi composto por Ana Tostões, que presidiu, Luísa Soares de Oliveira, Nuno Faria, Manuel Aires Mateus e João Belo Rodeia, tendo a decisão final sido tomada por unanimidade.
Luísa Cunha, que expõe o seu trabalho regularmente desde o início dos anos 1990, produz uma obra caracterizada por “uma radical singularidade e uma notável persistência, colhe amplo reconhecimento crítico e tem sido exposta nas mais relevantes instituições nacionais”, sublinhou o júri numa breve nova biográfica.
Em 2021, foi-lhe atribuído o Grande Prémio EDP e teve uma “destacada participação” na Bienal de Arte de São Paulo, no Brasil.
Sobre a exposição realizada pelo arquitecto Ricardo Carvalho em 2022, “Todas as Direcções”, o júri considerou “exemplar em precisão conceptual, coerência de conteúdos e pertinência disciplinar”.
Na sequência da edição monográfica do ano anterior - “Obra, Situação, Processo”, pela editora A+A - em que realiza um balanço da sua diversificada produção, a exposição de 2022 “constitui o palimpsesto de um percurso polifónico de entrega total à arquitectura, entre pensamento e construção, projecto e pesquisa, divulgação e reflexão disciplinares, investigação académica e ensino de arquitectura, da casa à cidade e da cidade à casa”.
Os Prémios AICA têm reconhecido, desde 1981, artistas e arquitectos portugueses que, pelo seu trabalho e percurso pessoal, realizem uma contribuição de excelência para a cultura e a arte.
No primeiro ano de atribuição destes prémios, foram distinguidos o pintor Costa Pinheiro e o arquitecto Álvaro Siza.
Joaquim Rodrigo, António Dacosta, Júlio Resende, Alberto Carneiro, António Sena, Álvaro Lapa, Jorge Martins, Malangatana, Nikias Skapinakis, Ana Vieira, Júlio Pomar, Cruz-Filipe, Paula Rego, René Bertholo, Helena Almeida, Daniel Blaufuks e Rui Chafes são alguns dos artistas distinguidos, na área de Artes Visuais, desde 1981.
Entre os arquitetos premiados, destacam-se Raul Hestnes Ferreira, Alcino Soutinho, Nuno Teotónio Pereira, Victor de Figueiredo, Manuel Vicente, Gonçalo Byrne, Pedro Ramalho, Manuel Tainha, Carrilho da Graça, Frederico George, Fernando Távora, Eduardo Souto de Moura, Pancho (Anâncio) Guedes, Manuel Graça Dias e Egas José Vieira, Daciano da Costa, Ruy d’Athouguia, Paulo David, José Neves e Nuno Brandão Costa.
Lusa/DI