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Arquitectura

 

Portugal fora dos finalistas do Prémio de Arquitetura Mies van der Rohe

16 de fevereiro de 2022

Edifícios criados para acolher actividades ligadas às artes e indústrias criativas, agricultura urbana e habitação social, em Berlim, Londres, Paris, Hasselt e Barcelona são os projectos finalistas hoje anunciados pelo prémio europeu de arquitectura Mies van der Rohe 2022.

Portugal tinha dois projectos nomeados, na primeira fase de seleção de 40 candidatos, mas ficou fora do grupo dos cinco finalistas de onde sairá o vencedor.

Os dois projetos portugueses eram o Palacete Marquês de Abrantes, da autoria do arquiteto Tiago Mota Saraiva (Estúdios Trabalhar com os 99%, CRL, Ateliermob), e o projeto Portas do Mar - Espaço Público e Parque de Estacionamento, de autoria de Carrilho da Graça e de Victor Beiramar Diniz, ambos em Lisboa.

Os cinco finalistas selecionados reúnem projetos criados para atividades diversificadas: o Frizz 23, do atelier Deadline (Britta Jürgens e Matthew Griffin), é um projeto pioneiro desenvolvido em Berlim, na Alemanha, para criar espaços de trabalho nas áreas das artes, educação e indústrias criativas, com a particularidade de ter sido desenvolvido em conjunto com os futuros utilizadores e autoridades locais envolvidas.

“A Quinta da Ferrovia” (“Le Ferme du Rail”, em francês), instalada numa zona onde havia uma estação ferroviária que circundava Paris, foi outro dos projetos selecionados, criado pelos estúdios Grand Huit/Melanie Drevet para acolher uma produção agrícola urbana que recolhe lixo orgânico. O projeto venceu o concurso "Reinventar Paris" em 2017 e ficou concluído em 2019.

No grupo de cinco finalistas está ainda a Town House, da Universidade de Kingston, em Londres, um projeto do atelier Grafton Architects para acolher e fomentar atividades educativas e culturais: um edifício onde é possível qualquer pessoa entrar livremente para ler, dançar, fazer pesquisa, performance, exposições.

Em Hasselt, na Bélgica, foi construído outro projecto seleccionado: Z33 Casa para Arte, Design e Arquitetura Contemporânea, desenhado pelo atelier Francesca Torzode numa forma labiríntica, com diversas salas expositivas e jardins.

Na área da habitação social encontra-se outro dos cinco finalistas, o as unidades de habitação social em Cornellà, um projecto do Peris+Toral.Arquitectes, com 85 apartamentos numa área de 10 mil metros quadrados em Cornellà de Llobregat, na cidade de Barcelona, reunidos num edifício com um grande pátio interior, que utilizou madeira do próprio País Basco entre os materiais.

O vencedor do prémio - criado para distinguir a mais recente arquitetura contemporânea de excelência - receberá 60 mil euros e será anunciado em maio, em Barcelona, enquanto os vencedores do Prémio de Arquitetura Emergente serão conhecidos em meados de abril, em Bruxelas.

Os projectos portugueses tinham sido seleccionados para um grupo de 40 nomeados, com obras distribuídas por 18 países europeus.

O projeto Portas do Mar - Espaço Público e Parque de Estacionamento, do estúdio de arquitetura João Carrilho da Graça, resultou de um concurso internacional lançado em 2012 pela Câmara Municipal de Lisboa para o projeto Campo das Cebolas/Doca da Marinha.

Por seu turno, o Palácio do Marquês de Abrantes, na Rua de Marvila, é um edifício público, propriedade municipal, e o projeto nomeado consistiu na instalação de um escritório técnico local de arquitetura, com novos usos para compatibilizar cultura, lazer e moradia.

Instituído em 1987 pela Comissão Europeia e pela Fundação Mies van der Rohe, com sede na capital da Catalunha, o prémio é considerado um dos galardões de maior prestígio na área da arquitetura.

Globalmente, os selecionados apresentaram propostas nas áreas da habitação, cultura, escritórios, desporto, comércio, edifícios governamentais, transporte e tipologias urbanas.

O Prémio Mies van der Rohe é bienal e distingue projetos de arquitetura construídos nos dois anos que precedem a sua atribuição. Também é entregue um prémio de 20 mil euros a arquitectos no início de carreira.

O projeto do arquitecto português Álvaro Siza Vieira para o antigo Banco Borges e Irmão, em Vila do Conde, foi o distinguido na primeira edição do prémio, em 1988.