Ana Tostões distinguida em Paris com prémio da Academia de Arquitectura
A arquitecta, historiadora e professora portuguesa Ana Tostões vai ser distinguida em Paris, na quarta-feira, pela Academia da Arquitectura, com a Medalha da Crítica e das Publicações - Prémio da Academia de Arquitectura 1965, foi hoje anunciado.
Esta distinção é “atribuída a personalidades que contribuíram para o enriquecimento do debate arquitectónico através dos seus escritos, publicações ou realizações”, indica, em comunicado, a Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte (SP/AICA), da qual Ana Tostões é presidente.
A arquitecta portuguesa foi agraciada em Julho deste ano, mas a medalha ser-lhe-á entregue no dia 18 de Setembro.
A Academia de Arquitectura (Académie d’Architecture) é uma sociedade científica francesa que tem por objectivo promover a qualidade da arquitectura e do planeamento do espaço e o seu ensino, a busca pela melhoria do ambiente, a publicação de pareceres referentes às questões de arquitectura e urbanismo, a pesquisa e conservação de arquivos de arquitectura e a organização de conferências e exposições, explica a AICA.
Ana Tostões é arquitecta, crítica de arquitectura e historiadora e preside, desde 2021, a SP/AICA, sendo ainda professora catedrática no Instituto Superior Técnico - Universidade de Lisboa.
Entre 2010 e 2021, foi presidente do Docomomo Internacional, fundação que trata da arquitectura moderna no mundo, mandato durante o qual passou de uma organização maioritariamente europeia para uma dimensão global, coordenando mais de 70 países nos cinco continentes.
Desde 2023, Ana Tostões está à frente do Docomomo Portugal e é editora do Docomomo Journal.
É ainda professora convidada da Universidade de Tóquio, da Escola Politécnica Federal de Lausana, na Suíça, da Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, da Escola Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona e da Universidade de Navarra, assim como da Universidade do Porto.
O seu campo de pesquisa é a história da arquitectura e do urbanismo modernos, temas sobre os quais publicou livros e artigos científicos, curou exposições, participou em júris, comités científicos e realizou palestras em universidades europeias, americanas e asiáticas.
Publicou “Idade Maior, Cultura e Tecnologia na Arquitectura Moderna Portuguesa” (Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, 2015), obra galardoada com o Prémio da X Bienal Ibero-Americana de Arquitectura e Urbanismo, e editou “Arquitectura Moderna em África: Angola e Moçambique”, distinguido com o Prémio Gulbenkian da Academia Portuguesa de História (2014).
A arquitecta é ainda a investigadora responsável dos projectos “Curar e Cuidar”, “A Monumentalidade Critica de Álvaro Siza” e “Siza Barroco”.
Recentemente, publicou os livros “Cure & Care, architecture and health” (2020), “Lisboa Moderna” (2021) e “A Monumentalidade Crítica de Álvaro Siza” (2023).
Lusa/DI