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Aldeias da Lousã renascem com projecto inovador e sustentável

 

Aldeias da Lousã renascem com projecto inovador e sustentável

29 de setembro de 2025

No coração da Serra da Lousã, três aldeias de xisto estão a renascer com um projeto que une habitação sustentável, regeneração florestal e turismo de natureza. Silveira de Baixo, Silveira de Cima e Pé da Lomba acolhem o Silveira Tech Regeneration Village, iniciativa que quer transformar o interior num laboratório vivo de inovação rural.

A ideia nasce do investidor José Serra, fundador da Cerdeira – Home for Creativity, em parceria com o genro, Manuel Vilhena. O objectivo é claro: criar um modelo de vida e trabalho que valorize o território, preserve a floresta e promova novas formas de habitar o interior.

Um projeto com assinatura internacional

O plano, desenhado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, prevê a construção de um hotel rural, 35 moradias sustentáveis, espaços de cowork, centro de retiros, biblioteca, restaurante e até uma escola da floresta. O desenho privilegia a integração na paisagem e a resiliência face ao risco de incêndios, recorrendo a técnicas de construção passiva e materiais duradouros. Kengo Kuma começa a ter uma relação profunda com o nosso país, é autor da remodelação do Centro de Arte Moderna (CAM) – Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, da reconversão do antigo Matadouro do Porto e do Pavilhão de Portugal na Expo Osaka 2025.



Comunidade temporária, impacto duradouro

O projecto não se limita a atrair visitantes ocasionais. A ambição é acolher empreendedores, investigadores e nómadas digitais que vivam na aldeia por períodos de semanas ou meses, participando activamente na regeneração do território. Além do trabalho remoto, os residentes são convidados a plantar árvores, limpar mato e contribuir para a protecção da serra.

Regenerar a floresta e o território

Desde 2023, já foram convertidos 15 hectares de monoculturas de pinheiro e eucalipto em mosaicos de biodiversidade, com carvalhos, sobreiros, medronheiros, lavândulas e rosmaninho. A agrofloresta em expansão integra sistemas de rega eficientes e uma reserva de água que serve tanto para irrigação como para combate a incêndios.



Economia verde para o interior

Com mais de 800 parcelas adquiridas e um investimento superior a 10 milhões de euros, o Silveira Tech quer provar que a regeneração ambiental é também um modelo económico sustentável, capaz de criar 25 novos postos de trabalho e atrair talento para o interior.

Horizonte 2028

A primeira fase de construção está prevista para 2028. Até lá, o projecto Silveira Tech Regeneration Village continuará a afirmar-se como um convite a repensar a vida comunitária, o turismo de natureza e a preservação da floresta, mostrando que regenerar o território é também regenerar o futuro.