TGV e novo aeroporto de Lisboa de regresso aos planos do Governo
Projecto de ligação entre o Porto e Lisboa por alta velocidade ferroviária e o novo aeroporto de Lisboa estão nos planos de recuperação económica do Governo.
O documento "Visão Estratégica para o plano de recuperação económica e social de Portugal 2020-2030", elaborada por António Costa Silva, consultor do Governo, propõe a retoma do projecto de ligação entre o Porto e Lisboa por alta velocidade ferroviária e do novo aeroporto de Lisboa devido à necessidade de "construir um eixo ferroviário de alta velocidade Porto-Lisboa para passageiros, começando com o troço Porto-Soure (onde existem mais constrangimentos de circulação)".
Esta ligação "potenciará a afirmação das duas áreas metropolitanas do país e o seu funcionamento em rede", além de trazer "grandes ganhos ambientais por dispensar as ligações aéreas".
"Uma posterior ligação a Espanha pode favorecer todo o litoral português e facilitar o equilíbrio financeiro da exploração. A ligação Porto-Vigo, bem como outras 'amarrações ibéricas', devem ser equacionadas no médio prazo", indicou o consultor.
De recordar ainda que o plano de recuperação económica estima que a economia portuguesa poderá cair 12% em 2020 e avança com um conjunto de propostas para os diversos sectores de atividade.
Costa Silva lembra que as previsões para a economia portuguesa e mundial têm vindo a ser revistas e adianta que Portugal "pode vir a enfrentar uma das piores crises da sua história" e que "a queda do PIB [Produto Interno Bruto] em 2020 pode chegar aos 12%", um valor que é muito superior à recessão prevista pelo Governo no Orçamento Suplementar aprovado recentemente na Assembleia da República e que previa uma queda do PIB de 6,9%, mas que o executivo também já admite rever.
António Costa Silva, que foi convidado pelo Governo para elaborar o documento, alerta também para que "a partir de Setembro a situação de muitas empresas pode deteriorar-se significativamente", considerando ser "fundamental existir no terreno um programa agressivo para evitar o colapso de empresas rentáveis".
LUSA/DI