




Loures vai lançar concurso público internacional para a construção do Percurso Ribeirinho à beira Tejo
A ligação de Lisboa a Vila de Xira a pé ou por bicicleta, através de um percurso à beira da margem direita do Tejo, está para breve. A Câmara Municipal de Loures na passada semana aprovou o lançamento de um concurso público internacional para a construção do percurso ribeirinho de Loures, que prevê a criação de uma pista ciclável e pedonal entre Santa Iria de Azóia e a Bobadela.
São cerca de seis quilómetros de extensão, com passagem por Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela. Quando esta intervenção estiver concluída, será possível circular de bicicleta e a pé entre Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira.
O vereador responsável pelo Departamento de Urbanismo na autarquia, Tiago Matias, sublinha “a importância desta obra”, que tem um “enorme valor ambiental e paisagístico” e visa “retomar a ligação da população com o rio Tejo”.
A obra deverá ascender a mais de 6 milhões de euros e conta com um financiamento comunitário, já aprovado, no valor de 1,8 milhões de euros.
A autarquia de Loures concluiu a primeira fase deste projecto, em 2017, com a abertura do troço entre a estação de Santa Iria de Azóia e o pontão da BP, num percurso pedonal de 740 metros e, entretanto, concluiu um acordo com a Petrogal para a cedência de terrenos ribeirinhos que pertenciam àquela empresa.
O projecto a iniciar irá também desenvolver-se em estacaria de madeira, a exemplo de outros já construídos, nomeadamente pela Câmara de Vila Franca de Xira, evitando um maior impacto ambiental com a fauna e flora existente.
Para o percurso a construir estão também projetados alguns pontos de paragem para descanso, com zonas de sombra e equipados com bancos.
Tracão transformado em corredor ecológico
Recorde-se ainda que a autarquia de Loures tem desenvolvido ao longo dos últimos anos um amplo trabalho de renaturalização das margens e despoluição do rio Trancão, outrora um afluente indesejável do ponto de vista ambiental, com a plantação de árvores (amieiros, salgueiros, freixos e árvores de fruto), a instalação de estacaria viva de espécies autóctones da região para estabilizar as margens, e criação de microaçudes, entre outras soluções técnicas, que permitiram tornar (ou estão em vias de tornar) o rio Trancão num corredor ecológico.
Um dos aferidores incontestáveis do muito que mudou no Trancão são os pescadores que procuram as suas margens para desfrutar o prazer da pesca, que garantem que, hoje em dia, capturam espécies que tinham há muito desaparecido e que comprovam a qualidade da água.