Ambiente: não basta plantar árvores para compensar as emissões de carbono…
Todos sabemos que as árvores têm a capacidade de captar o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e armazená-lo. A desmatação suicida das grandes florestas, em particular nas zonas trópicais, é muito responsável pela redução abissal dessa captação, com o consequente agravamento da alteração do equilíbrio ambiental a nível mundial.
O que nos vêm dizer, ou sublinhar, agora os técnicos da multinacional norte-americana IBM é que não só as árvores não são todas iguais nessa capacidade, “algumas armazenam carbono mais rápido, mas podem ter um tempo de vida curto; enquanto outras árvores extraem CO2 mais devagar, mas podem viver muito mais tempo”. Face a esta constatação, a multinacional, utilizando modelos de inteligência artificial, procura quantificar a captura de carbono em árvores existentes em cidades ou florestas avaliando quais as espécies e locais mais apropriados em cada caso concreto de replantação.
A publicação especializada InforChannel explica como a IBM aplicou “a informação hiperespectral do (seu programa) PAIRS Geospatial combinada com segmentação de imagem e ferramentas de classificação de aprendizagem profunda para desenvolver uma calculadora de carbono que quantifica o armazenamento de carbono de forma individual para cada árvore. Através da combinação de dados climáticos, meteorológicos, de satélite e de LiDaR (Light Detection and Ranging) na plataforma PAIRS, é possível estimar o local ideal para o plantio de árvores em grandes áreas e também quantificar várias vezes por ano a capacidade de uma árvore de extrair e armazenar carbono”.
A escolha ideal das espécies a plantar e o local a fazê-lo pode produzir a curto e médio/longo prazos os melhores resultados na captação de CO2 e o combate universal pelo equilíbrio e preservação ambiental.
A IBM e a Inteligência artificial aplicada
Os técnicos da IBM utilizaram como área de teste o distrito nova iorquino de Manhattan, nos EUA, desenvolvendo um processo para identificar, mapear e medir com precisão a quantidade de carbono que as árvores numa determinada zona podem armazenar.
A Archdaily, a maior plataforma de arquitectura, refere que “Este olhar único sobre a capacidade de armazenamento do carbono da vegetação na Terra foi possível graças ao machine learning e a de análise de dados geoespaciais da IBM, o PAIRS, com sua capacidade em agregar e analisar grandes quantidades de imagens aéreas, e o LiDAR, que são dados de luz e alcance utilizados para criar informações muito precisas e modelos de elevação de terreno de alta resolução”.