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Sector da Construção e Obras Públicas mantém-se de 'pedra e cal'

17 de dezembro de 2020

Com uma queda acentuada nas insolvênvias de empresas até final de Novembro, o sector da Construção e Obras Públicas é dos que registam menos encerramentos. 

De acordo com o último estudo da Iberinform / Crédito y Caución, as 4.695 insolvências registadas nos primeiros onze meses de 2020 traduzem um aumento de 2,2% face ao período homólogo de 2019. Este valor acumulado é, no entanto, inferior aos números apurados tanto em 2018 (5.398 insolvências) como em 2017 (5.787). O mês de Novembro último registou mesmo uma diminuição nas insolvências, com 506 empresas insolventes, menos sete que no período homólogo de 2019 (-1,4%). 

Os sectores onde as insolvências mais cresceram até final de Novembro são: Telecomunicações (33,3%), Hotelaria e Restauração (18,8%), Electricidade, Gás e Água (8,3%) e Outros Serviços (7,4%). Em contrapartida, os sectores da Construção e Obras Públicas, Indústria Transformadora e Comércio a Retalho apresentaram uma diminuição nas insolvências, com variações de -2,9%, -2,5% e -0,9%, respectivamente.

Os distritos de Lisboa e do Porto são os que apresentam maior número de insolvências, 948 e 1.206, respectivamente. Face a 2019, verifica-se um aumento de 2,2% em Lisboa e de 8,5% no Porto. Os maiores aumentos pertencem, contudo, aos distritos de Castelo Branco (32,1%), Vila Real (28,2%), Viana do Castelo (23,6%), Faro (22%), Madeira (20%), Évora (13,2%) e Bragança (12,1%). Nove distritos registam decréscimos neste indicador face a 2019: Coimbra (-28,8%), Guarda (-20,5%), Portalegre (-16,7%), Aveiro (-10,5%), Ponta Delgada (-8,3%), Viseu (-8,3%), Braga (-3%) e Santarém (-2,2%). Horta apresenta uma variação nula face ao ano passado (seis insolvências).

Pandemia trava constituição de empresas

Quanto à constituição de novas empresas, o mês de Novembro é o reflexo do tempo que se vive de pandemia. De facto, as constituições baixaram de 3.607 em 2019 para 2.841 em 2020, o que traduz uma diminuição 21,2% (menos 766 novas empresas). No acumulado dos onze meses de 2020, as constituições baixaram 24,6% face a 2019, com menos 11.276 novas empresas que no ano passado. No total, nestes onze meses foram criadas 34.629 empresas. 

O número mais significativo de constituições pertence a Lisboa, com 10.945 empresas criadas, e no Porto, com 6.156 empresas. No entanto, ambos os distritos, apresentam um decréscimo acentuado face a igual período de 2019: -29,6% em Lisboa e -26,2% no Porto. Com excepção do distrito de Portalegre que apresenta uma variação positiva de 5,6%, todos os restantes distritos apresentam uma variação negativa nas constituições, com os valores mais significativos a pertencerem a Setúbal (-31,5%), Ponta Delgada (-30,7%), Angra do Heroísmo (-28,2%), Faro (-26,1%), Madeira (-25%), Aveiro (-22%), Leiria (-20,6%) e Viana do Castelo (-20,4%), além das quedas já referidas em Lisboa e no Porto.

Todas as actividades têm uma evolução negativa, com as variações mais significativas face a 2019 a verificarem-se nos sectores dos Transportes (-54,7%), Hotelaria/Restauração (-29%), Eletricidade, Gás, Água (-27%), Construções e Obras Públicas (-23,6%), Outros Serviços (-22,8%), Comércio de Veículos (-21,1%) e Indústria Extractiva (-20%).