Palácio Nacional de Queluz recupera o azul original
A Parques de Sintra iniciou no final do mês de Maio uma nova fase de intervenção no Palácio Nacional de Queluz, com a recuperação das fachadas viradas para o exterior, entre o Pavilhão D. Maria e o antigo Jardim dos Embrechados, pátios interiores e muros. O restauro destas fachadas pretende completar o trabalho executado em 2015 nas fachadas sobre os Jardins superiores, para que o Palácio Nacional de Queluz fique azul na sua totalidade.
Com a conclusão desta intervenção, o Palácio Nacional de Queluz ficará com a totalidade das suas fachadas restauradas.
A intervenção representa um investimento total de cerca de 660.000 Euros e faz parte do programa de projectos de recuperação dos Jardins e Palácio Nacional de Queluz, que em 2015 incluiu também o restauro das cantarias, caixilharias e rebocos das fachadas sobre os Jardins superiores e a recuperação das coberturas da Sala de Jantar e do Pavilhão Robillion.
A Parques de Sintra contou com o apoio do Laboratório HERCULES e do Instituto Superior Técnico na definição das soluções a implementar.
A descoberta da cor original
Em agosto de 2015, o Palácio voltou a ter a cor azul original nas fachadas sobre os Jardins superiores. Esta intervenção devolveu ao monumento o programa decorativo dos rebocos como descrito e representado no séc. XIX. O azul, que se pensa ser original do Palácio, tinha sido perdido, assim como as molduras em relevo, e o edifício apresentava uma grande diversidade de tons e cores que variavam entre o rosa, o laranja e o amarelo, nos rebocos, e entre tons de verde e de azul, nas caixilharias.
O debate sobre a cor original do Palácio foi despoletado pela descoberta de dois vestígios de azul atrás de bustos, em fachadas distintas do Palácio Nacional de Queluz, durante uma acção de manutenção nos anos 80/90 do século XX.
As análises então realizadas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil e, mais recentemente, já no âmbito do projeto da Parques de Sintra, pelo Laboratório HERCULES da Universidade de Évora, confirmaram tratar-se de reboco tradicional de cal e areia e pigmento azul claro acinzentado.
A cor azul nas fachadas do Palácio é corroborada por um desenho aguarelado, de autor desconhecido, existente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo e datado de 1836, que mostra ainda molduras relevadas com painéis de cor amarela nalguns paramentos entre vãos.