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Matosinhos: “Real Vinícola”, um quarteirão ‘ícone’ na cidade

30 de julho de 2017

Adquirido pela autarquia, em 2000, o edifício da “Real Vinícola” foi classificado como monumento de interesse público e foi alvo de um intenso programa de reabilitação de forma a adequar o edifício às suas novas funções. O investimento total ultrapassa os oito milhões de euros.

A partir de 18 de Novembro, a Real Vinícola passará a acolher a sede da Casa da Arquitectura-Centro Português de Arquitectura, o primeiro espaço expositivo português inteiramente dedicado ao estudo, à divulgação e valorização da arquitectura.

A nova Casa da Arquitectura contará com uma área de 4.700 metros quadrados no interior do quarteirão da Real Vinícola, onde também ficará instalada a Orquestra Jazz de Matosinhos, um restaurante e um conjunto de estabelecimentos comerciais relacionados com a vocação industrial do imóvel.

A inauguração oficial da Casa da Arquitectura-Centro Português de Arquitectura está da marcada para o dia 18 de Novembro próximo, mas as suas instalações já recebem visitas e eventos desde o passado dia 20 de Julho.

O espaço dedicado à Casa da Arquitectura teve por base um projecto do arquitecto Guilherme Machado Vaz. As áreas públicas destinadas a exposições e apresentações, com auditório, biblioteca e loja representam 36% do espaço, as de conservação e manutenção 38% e as de gestão e produção interna 10%. Os usos comuns correspondem a 16% da sua superfície.

 A Casa da Arquitectura irá, em conjunto com outras entidades nacionais e internacionais, “estabelecer uma rede alargada de arquivos de arquitectura, fomentar o intercâmbio de experiências, colecções, métodos de trabalho e técnicos especializados. A Casa vai ainda exibir ao público o trabalho desenvolvido pela rede, uma vez que a maioria dos arquivos actualmente em funcionamento em Portugal não dispõem de área expositiva própria”.

Ocupando um quarteirão delimitado pelas Av. Menéres, R. Mouzinho de Albuquerque, R. Sousa Aroso e R. D. João I,  as construções agora recuperadas e adaptadas integraram a antiga instalação fabril edificada entre 1897 e 1901 pela sociedade Menéres & Companhia, destinada à Real Companhia Vinícola. Patrimonialmente é um modelo de inspiração e tradição inglesa, onde existiu a primeira tanoaria a vapor da região. Um ramal da linha de caminho-de-ferro ligava-a às docas do Porto de Leixões para expedição e exportação da produção. O pátio central surge como uma Plaza Mayor, qualificando-o e vocacionando-o para usos colectivos. O imóvel integra o Plano de Urbanização de Matosinhos Sul, da autoria de Álvaro Siza.

 A Casa da Arquitectura é actualmente uma associação cultural sem fins lucrativos que envolve não só arquitectos mas pessoas de várias áreas que decidiram incentivar e apoiar um projecto em que acreditam. É seu desígnio constituir-se como Fundação a curto prazo. A seu cargo está a gestão do Centro de Documentação Álvaro Siza (CDAS) e a obtenção de espólios de diversos arquitectos, património futuro da Fundação.