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Amarante: uma nova vida para o histórico Hotel Silva

25 de julho de 2017

Localizado em pleno centro da cidade, totalmente renovado e com outra designação - Des Arts – Hostel & Suites -, o emblemático edifício renasce com um novo conceito que presta homenagem aos artistas portugueses que marcaram a história de Amarante. 

Teixeira de Pascoaes escreveu sobre Amarante “Sem esta terra funda e fundo rio/ Que ergue as asas e sobe, em claro voo/ Sem estes ermos montes e arvoredos/Eu não era o que sou.” (As Sombras, 1907). Descendente do poeta e escritor amarantino, Francisca Fonseca sentiu o mesmo apelo pela terra onde nasceu. Depois de viajar por todo o mundo, decidiu regressar às origens e recuperar, juntamente com o seu marido Roberto Feitosa, o histórico Hotel Silva, primeiro hotel da região que desde sempre pertenceu à sua família, e dar-lhe uma nova vida.

Em pleno centro de Amarante e debruçado sobre o rio Tâmega, o Des Arts – Hostel & Suites é marcado por uma forte ligação à arte e à cultura. Inspirada pelas histórias e fotografias que cresceu a ouvir e a ver, Francisca Fonseca presta homenagem aos artistas de Amarante ou que aí passavam temporadas, na Casa de Pascoaes, que também se mantém na família. Cada quarto tem o nome de um pintor ou escritor e conta um pouco da sua história. A ligação à arte estende-se até ao jardim, desenhado com base num famoso quadro de Amadeo de Souza-Cardoso, também natural de Amarante. Além disso, está prevista uma dinâmica programação cultural, aberta à cidade, desde concertos, exposições, projecções de filmes. 

O edifício foi totalmente renovado, apresentando um inovador conceito que reúne, tal como o nome antecipa, 15 confortáveis suites e 9 camaratas, incluindo quatro camarates premium de duas camas (beliche) e cinco camaratas que vão desde 6 a 12 camas. A ideia é proporcionar uma experiência descontraída e informal, mas com o máximo conforto e uma forte ligação à cidade. A cozinha e sala de jantar são comunitárias, para que os hóspedes possam preparar as suas próprias refeições e se sentirem em casa. O Bar, aberto ao público, foi também decorado para ser confortável e descontraído como uma sala de estar, convidando a desfrutar da vista sobre o rio e a natureza envolvente.

Na recuperação do edifício, Francisca e Roberto reaproveitaram muito da “riqueza” acumulada pela história, como madeiras, móveis e objetos que se podem encontram pelos corredores do Des Arts – Hostel & Suites, muitos deles convertidos em novas peças e finalidades. A sustentabilidade é uma das preocupações dos proprietários, que procuraram um modelo com o mínimo consumo energético e impacto ambiental.