Investimento em imobiliário de rendimento superou os 700 milhões de euros
O investimento em imobiliário de rendimento alcançou os 325 milhões de euros no segundo trimestre do ano em Portugal, o que perfaz um total de 700 milhões de euros no primeiro semestre, de acordo com a consultora imobiliária CBRE.
Nos primeiros seis meses do ano, a dinâmica nos setores logístico e de hotelaria registou uma evolução positiva, com um investimento de 230 e 180 milhões de euros respetivamente. Os escritórios mantêm a atractividade e confiança dos investidores, o que se reflectiu nos 190 milhões de euros aplicados no sector.
"Há três meses, as expectativas apontavam para um trimestre com um volume de transacções superior ao que se realizou. No entanto, a complexidade de alguns dos negócios em curso, fez com que o fecho dos mesmos derrapasse para o terceiro trimestre. Só no mês de julho, a CBRE prevê concluir a venda de três portefólios (de escritórios, logística e residências de estudantes), os quais no seu conjunto representam 500 milhões de euros", afirma Cristina Arouca, Diretora de Research e Data Intelligence da CBRE Portugal.
Já Nuno Nunes, Head of Capital Markets da CBRE Portugal, esclarece que apesar da grande incerteza que paira sobre a economia global e sobre a amplitude e velocidade do aumento das taxas de juro, existe ainda uma elevada liquidez nos fundos de investimento para alocar ao mercado imobiliário, o que sustenta as projeções da CBRE de elevado investimento até o final do ano. "O contexto de incerteza que vivemos poderá também reflectir-se numa maior percepção de risco por parte dos compradores e num desfasamento de expectativas de preço entre compradores e vendedores. Na realidade, apesar de não prevermos uma subida, no curto prazo, das taxas de rentabilidade (yields), já alterámos a nossa percepção face ao início do ano, quando esperávamos uma compressão de yield em diversos sectores", explica.
Só na primeira metade do ano, a ocupação em escritórios já excedeu o indicador de 162 mil metros quadrados correspondente à área colocada nos 12 meses de 2021. Paralelamente, no sector logístico, uma significativa escassez de espaços para arrendamento está a pressionar a subida das rendas em todo o país.
Por outro lado, uma acelerada retoma do turismo, em particular de lazer, está também a contribuir para uma recuperação mais rápida do que a esperada no sector de alojamento turístico. Inclusive, em algumas localizações, já se verificaram indicadores superiores aos observados em 2019, como as dormidas em alojamentos turísticos no Porto e o RevPAR (receita média por quarto disponível) no Algarve.
A CBRE mantém as previsões apontadas no início do ano e continua a prever um volume total de transações superior a 3 mil milhões de euros em 2022, o que reposiciona o mercado de investimento em imobiliário de rendimento no patamar em que se encontrava antes da pandemia.