Segunda maior companhia aérea da Austrália sob administração judicial
A Virgin Australia, a segunda maior companhia aérea do país, anunciou hoje a suspensão dos pagamentos e a nomeação voluntária de administradores judiciais, devido à crise criada pela pandemia da covid-19.
Em comunicado à bolsa australiana, a empresa, com 91 aparelhos, indicou que esta decisão "consiste em garantir o futuro do grupo Virgin Australia e o renascimento após a crise da covid-19".
"A Austrália precisa de uma segunda companhia aérea e estamos determinados a manter os nossos voos", acrescentou o presidente da empresa, Paul Scurrah, na mesma nota.
Com uma dívida de cerca de cinco mil milhões de dólares australianos (2,9 mil milhões de euros), a empresa tinha pedido às autoridades australianas um empréstimo de 1,4 mil milhões de dólares australianos para manter as operações, mas o Governo liderado por Scott Morrison recusou.
A companhia pertence a várias firmas, incluindo o grupo Virgin, do magnata britânico Richard Branson, detentor de 10% do capital.
Quatro peritos da auditora Deloitte foram designados como administradores. Cerca de oito mil dos dez mil funcionários estão em desemprego técnico.
Sublinhe-se que, em consequência da pandemia da Covid-19, da frota mundial de 26.000 aviões comerciais de passageiros, quase 17.000, ou seja 64%, estão actualmente estacionados em aeroportos, segundo a base de dados daCirium. Com este panorama é fácil de prever que o futuro próximo irá trazer muitas intervenções estatais e judiciais às companhias de aviação, muitas das quais serão alvo de falência, ou intervenção estatal ou aquisição.
Lusa/DI