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Internacional

 

Espanha: investimento no sector hoteleiro bate recorde

9 de abril de 2019

A Espanha, em 2018, teve um investimento recorde no sector da hotelaria, valor que ascendeu a 4,86 mil milhões de euros, mais 24,6% que o registado em 2017. As informações constam do mais recente relatório ao investimento no sector da hotelaria em Espanha, elaborado pela empresa de consultoria internacional Christie & Co.

O relatório, publicado em colaboração com a Associação Empresarial Hoteleira de Madrid, fornece também "Perspectivas 2019-2020", período para o qual prevê o estudo que a Espanha continuará a atrair investimentos, embora num ambiente mais “volátil e competitivo”.

Os dados da hotelaria estão em linha com os divulgados pela WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo) no seu recente relatório “Travel and Tourism, Economic Impact 2018 Spain”, em que refere que a contribuição do sector turístico para o PIB espanhol cresceu 5,4% em 2018, em relação ao ano anterior, aportando o sector 15% do Produto Interno Bruto gerado a nível nacional.

De acordo com relatório da Christie & Co, em 2018 realizaram-se um total de 223 transacções (ultrapassando as 185 transacções registadas em 2017). A Espanha atingiu também o segundo lugar dos países europeus de maior investimento hoteleiro, atrás do Reino Unido (onde o investimento estimado em 2018 atingiu as 6,5 mil milhões de libras – 7,77 mil milhões de euros), mas à frente da Alemanha, onde o investimento não superou os 4 mil milhões de euros no ano que passou.

Perfil dos investidores

O relatório destaca a importância dos fundos de investimento como a maior fonte de capital em 2018, contribuindo com 53% do investimento total (mais 11% do que em 2017), atingindo 2,5 mil milhões. As empresas hoteleiras, com 24% do total de investimentos (contra 20% em 2017) estão em segundo lugar, e os REITs (as Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária – SIGIs à portuguesa) estão novamente na terceira posição com 15% (contra 16% em 2017).

O investimento estrangeiro ganhou preponderância se compararmos como o panorama de 2017: o investimento de origem nacional foi em 2018 na ordem dos 35%, contra os 51% registados em 2017). Em termos de nacionalidades estrangeiras investidoras o destaque vai para os norte-americanos responsáveis por 40% do investimento em 2018 (23% em 2017) e a entrada de novos investidores da Tailândia (8%) e do México (4%).

A compra de grandes portefólio de activos ou a aquisição de activos de excepcional valor também caracterizaram o sector do investimento hoteleiro em 2018. A Blackstone, que já fora o principal ‘player’ em 2017 com a compra da carteira da HI Partners por 630 milhões de euros, foi também a principal protagonista em 2018 com a aquisição de 48 hotéis da carteira Hispania REIT, por 1,9 mil milhões de euros. Entre as maiores operações registadas o relevo vai também para a aquisição do NH Hotel Group pela tailandesa Minor International, proprietária em Portugal da rede Tivoli e a compra do Hotel Villa Magna pelo mexicano REIT RLH Properties por 210 milhões de euros, o que corresponde ao preço milionário de 1,4 milhões de euros por quarto. Recorde-se que este hotel de referência mundial pertenceu ao falecido empresário português Pedro Queiroz Pereira que o vendeu em 2016 à família turca Şahenk por 180 milhões de euros.

O relatório sublinha ainda a crescente preponderância dos destinos secundários (que captaram 23% do investimento total), o que se traduziu num aumento de 65% em relação a 2017, o que significa, diz o estudo, que em cada 10 quartos transacionados três não estavam localizados nos principais destinos urbanos ou de férias dos espanhóis.

Ainda assim, em 2018, o investimento nas Ilhas Canárias e nas Ilhas Baleares representou mais de 50% do volume total (contra 40% em 2017), causando um ligeiro declínio nos destinos urbanos cujo investimento continua a ser liderado por Madrid (12% dos investimento total em 2018, contra 16% em 2017), seguido pelo Sevilha (que entra no pódio com 4,5%) que ultrapassou o Barcelona (3,5% em 2018 contra 9% em 2017) e Málaga (que em 2018 caiu para 2,9% quando em 2017 registou 4% ).