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Um negócio de origem Vintage

17 de fevereiro de 2015

Fizeram o percurso inverso ao que muitos portugueses estão hoje a realizar. Enquanto muitos jovens estão a deixar Portugal para encontrar no estrangeiro condições mais favoráveis para a sua vida profissional, o casal Sérgio e Ruth Faria Costa deixou a capital britânica para regressar ao nosso país. As motivações foram várias e apesar de em termos financeiros considerarem estar-se muito mais confortável lá fora, o casal optou pela tranquilidade e qualidade de vida encontrada aqui. Foi ao comprarem uma antiga quinta na aldeia da Barreiralva, na região de Mafra, que nasceu a ideia para a concretização de um negócio.

Depois de reabilitarem a casa iniciaram a decoração e pretendiam aumentar a colecção de móveis vintage que possuíam. Aí surgiu a dificuldade em encontrar tais móveis num só lugar e a procura de peças antigas levou-os a acreditar que tinham encontrado o negócio certo. Assim, Sérgio que tem formação em design industrial e a Ruth formada em design gráfico decidiram investir e apostar na área e abriram o Atelier Autêntico.

Restauram móveis vintage, são especializados em restauração, aquisição e venda de mobiliário e trabalham com uma variedade de estilos como o vintage, industrial, rústico e mid-century moderno. Também alugam as peças para fotografia e cinema e estão dispostos a trabalhar em projectos em conjunto com designers de interiores. Vendem principalmente através da loja on-line, mas também têm um showroom em São Bento, Lisboa.

Vintage tem vindo a ganhar adeptos

O mobiliário que vendem não é o ‘típico’ que se vê numa casa em Portugal mas que tem vindo a ganhar adeptos. “Vemos bastantes oportunidades já que existe pouca oferta deste estilo de decoração e a procura tem vindo a aumentar. Estamos a funcionar há pouco tempo, sensivelmente quatro meses. Claro que, ainda não estamos onde queremos estar em termos de nível de vendas mas não nos podemos queixar. Diria que estamos a ‘meio-gás’ em ternos financeiros mas as vendas, clientes, visitas, contactos, têm vindo a aumentar todas as semanas o que nos deixa com um sentimento positivo”, revela Sérgio Costa. O casal garante que feedback de clientes é bastante positivo. “Se continuarmos assim, acreditamos e esperamos que o negócio será um sucesso”, adiantam.

Grande percentagem dos clientes é amante do vintage

Dos 25 aos 60 anos de idade, portugueses e alguns estrangeiros são os seus principais clientes. Muitos turistas visitam a loja que compram peças pequeninas que podem levar na mala. “Uma grande percentagem é amante ávida do vintage que conhece o estilo também. Temos também uma quantidade considerável de designers de interiores e arquitectos que trabalham em projectos comerciais, como restaurantes, bares, hotéis e compram itens específicos para os projectos. Temos alguns clientes comerciais também, que compram para os seus estabelecimentos comerciais”, salienta Sérgio.

As coisas antigamente eram feitas para durar

Este é um tipo de produto que geralmente associamos preços elevados mas Sérgio Costa assegura que não, diz mesmo que até são mais baratos do que peças novas. Isto porque a maior parte das peças hoje em dia não duram. “Um móvel produzido hoje é capaz de durar uns anos até eventualmente se danificar e ter que ser substituído. Temos peças que restaurámos que devem ter mais de 50 ou 60 anos e acredito que irão viver outros 50. As coisas antigamente eram feitas para durar, ao contrário do que é produzido hoje em dia. Claro que, o preço também depende da peça, dos materiais usados e o seu estado de conservação”, explica.

Voltar para Portugal na altura certa

O casal está confiante no sucesso do Atelier Autêntico. Sérgio acredita que voltou para Portugal na altura certa. “Embora ainda não estamos onde queremos estar, porque as coisas vão demorar a voltarem ao normal em Portugal mas existem sinais positivos de recuperação e é preciso acreditar e fazer por isso. Não vamos simplesmente desistir e deixarmos de acreditar no nosso país! Temos tudo para ter uma boa qualidade de vida. A economia é que precisa de melhorar, e uma das maneiras passa por investir em Portugal, o que nós estamos a fazer. Arriscado sim, mas quem não arrisca não petisca!”, conclui Sérgio Faria Costa.