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Hugo Santos Ferreira alerta que se caminha para uma tempestade no sector

12 de maio de 2022

O presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários - APPII, numa entrevista à Rádio Renascença admite que o aumento nas matérias-primas é apenas o último capítulo de uma longa história que está a puxar os preços para cima.

Um cenário que irá penalizar sobretudo, a classe média e as classes mais baixas, porque os promotores imobiliários, não irão conseguir construir casas para os portugueses.

Hugo Santos Ferreira, garante que não estão a conseguir e não é de agora. "Já não estamos a conseguir há muito tempo. Por isso é que os portugueses não conseguem ter casa. Nós não conseguimos ter mais habitação para a quantidade de procura que existe, neste momento”.

Na entrevista, refere que o aumento do custo das matérias-primas e o consequente aumento do preço de construção “é hoje um dos maiores desafios que todo o sector imobiliário enfrenta num cenário de pós-pandemia”, porque impacta diretamente no preço da casa que os portugueses podem pagar.

Além do aumento do custo das matérias-primas, o presidente da APPII assegura que a construção tem, neste momento, 80 mil trabalhadores a menos. Factores que se associam ao atraso no licenciamento de novas construções "que pode ter um impacto até mais 500 euros por metro quadrado, e a carga fiscal paga na compra de imóvel, que é de 40% do valor total − que compara com os 10% que os espanhóis pagam".

“Estão a ser repensados vários investimentos, nomeadamente na habitação, porque é aí que esta situação, em muito, se faz sentir. Haverá menos casas no mercado, havendo menos casas no mercado o preço vai continuar a subir”, sublinhou Hugo Santos Ferreira. Acrescentando: “Os portugueses vão continuar sem ter habitação acessível às suas carteiras. Isso preocupa-me sobremaneira”.