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Portugal vai continuar a atrair talento e empresas

14 de abril de 2021

O teletrabalho ganhou adeptos com a pandemia e instalou-se como modelo para o futuro, o que tem vindo a alterar o mercado de trabalho e o mercado ocupacional de escritórios. Neste contexto, Portugal tem reforçado a sua capacidade de atrair talento e empresas internacionais, apesar de ainda haver muita margem de melhoria, refere a consultora Worx.

De acordo com Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx, “tendo em conta o ponto de vista do ocupante corporativo na Europa, Portugal poderá ser a solução para a mudança de espaço de algumas empresas ou parte integrante na sua estratégia de flexibilização do espaço de trabalho”. Para além dos inúmeros aspectos que tornam o país atractivo, o talento dos recursos humanos é uma forte componente da procura por parte das empresas que têm vindo a sediar ou expandir o seu negócio em Portugal.

A consultora indica que a combinação da segurança, clima, baixo custo de vida (face a outros países europeus), formação qualificada em várias áreas de atuação, acréscimo da vontade de viajar no pós-pandemia e o acelerar de tendências que já ganhavam expressão no pré-pandemia, são algumas das razões porque Portugal está a atrair mais talento do que aquele que já possui.

A maior flexibilidade das empresas permite aos colaboradores adoptarem modelos de trabalho remoto em qualquer ponto do mundo. Como consequência, o conceito designado por Work From Home (WFH) tem vindo a evoluir para Work From Anywhere (WFA).

A Worx, avança que este aumento de nómadas digitais que virão juntar-se aos profissionais do país ganhará uma maior expressão nos próximos tempos.

No Livro Verde do Futuro do Trabalho, apresentado pela Governo no dia 31 de Março, já se abordam vários temas relativos aos modelos híbridos do trabalho presencial e remoto, como a regulação do trabalho em plataformas digitais, o posicionamento do país para atrair nómadas digitais e o enquadramento fiscal, entre outros.

No final de 2020 a Madeira promoveu um projecto inovador para atrair nómadas digitais, designado por “Digital Nomad Madeira Islands”.

Contudo, o aumento do teletrabalho não se traduz numa contração da procura por espaços de escritórios. Pedro Salema Garção reforça que “a dissipação do conceito de 'sede' poderá levar a uma maior descentralização das empresas com colaboradores sediados em vários pontos da Europa, o que provocará um novo aumento da procura de escritórios em Portugal por empresas estrangeiras”.

A título de exemplo, Lisboa é cada vez mais uma cidade atractiva para os colaboradores e para as empresas estrangeiras se instalarem no futuro. Oferece uma excelente qualidade de espaços, fruto da recente onda de reabilitação na cidade e da nova oferta prevista no mercado (em pipeline, para os próximos três anos, estão em curso mais de 320.000 m2).

Alexander Murch, Research & Consulting da Worx, refere que “a renda prime no final de 2020, fixou-se nos 25 euros/m2/mês, metade do valor prime registado no mercado de Milão e 4,5x inferior ao mercado de Londres”. Com cerca de um milhão de euros é possível arrendar um espaço com mais de 3.000 m2 ao ano na zona prime, mais de metade da área do que em Dublin, por exemplo”.

Cognizant elegeu a cidade de Lisboa como um dos “21 Lugares do Futuro”

Ao longo dos últimos anos, Lisboa tem registado um aumento de empresas estrangeiras no mercado de escritórios, sendo responsáveis pela maioria do take up. “Em 2020 foi superior a 55% e prevê-se que esta tendência se mantenha”, acrescenta Alexander Murch. Como consequência, em 2021 a empresa norte-americana Cognizant elegeu a cidade como um dos “21 Lugares do Futuro” (numa lista com mais de 150 cidades por todo o mundo).

Mas Lisboa não é um caso único no país. Recentemente, a Forbes destacou Braga no topo da lista de European Best Destinations 2021, lista da qual também fazem parte a cidade do Porto, as praias de Cascais e do Algarve, a Madeira e os Açores.

"Atendendo ao contexto pandémico e pós-pandémico torna-se crucial que as empresas reavaliem as suas necessidades de espaço, seja a redução ou expansão, e adoptem a sua visão e interesses dos colaboradores para continuarem a atrair e reter talento a longo prazo. Portugal é cada vez mais uma excelente opção no contexto internacional", conclui o relatório da Worx.