Logo Diário Imobiliário
CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
JPS Group 2024Porta da Frente
Escritórios
2019 foi um ano ímpar no mercado de escritórios

 

2019 foi um ano ímpar no mercado de escritórios

 

2019 foi um ano ímpar no mercado de escritórios

3 de fevereiro de 2020

Em 2019, o valor total de take up atingiu cerca de 194.000 m², um valor estabilizado em relação a 2018 devido à falta de oferta de escritórios. A taxa de desocupação em Portugal não foge à regra Europeia, nos últimos seis anos tem-se registado uma descida constante, encontrando-se agora nos 5,3%.

Segundo o relatório divulgado hoje pela consultora Worx, em Lisboa, as zonas que apresentaram melhor dinamismo foram a zona 1 e a zona 6 com 50.903 m² e 50.139 m² colocados, respectivamente, sendo que duas transacções (edifício FPM 41 e Monsanto, respectivamente) em muito contribuíram para o take up total das respetivas zonas. De destacar também que a maior colocação ocorrida em 2019 se verificou na zona 5 (edifício AGEAS com 17.400 m2 ). Apenas as zonas 1 e 5 superaram os valores de absorção de 2018. Assim, os aumentos consideráveis nestas zonas acabam por compensar as descidas das zonas 2, 3 e 7, equilibrando o resultado final.

Os dados mostram ainda que cerca de 64% do take up total resulta de mudança de instalações, o que provocou um aumento de cerca de 16% face a 2018. Por outro lado, a expansão de área, cerca de 28% do total do take up, segundo maior motivo que levou as empresas a arrendar, diminuiu cerca de 7% relativamente a 2018. O arrendamento tem sido a modalidade elegida pela maior parte das empresas no sector de consultoria e advocacia, serviços a empresas e TMT’s & utilities.

O número total de operações no mercado de escritórios de Lisboa foram 175, registando uma descida de 24% face ao mesmo período do ano anterior, mas em compensação a área média por operação subiu de cerca de 23% para 1108 m2 /operação.

A Worx avança que a liquidez dos investidores continua a ser muito direccionada para o mercado de escritórios, tendo o mesmo registado o segundo maior volume de transacções comerciais de 2019, com cerca de 1.000 milhões de euros investidos no sector, registando uma subida de cerca de 25% em relação ao ano transacto.

Segundo o Departamento de Research da Worx, a taxa de desocupação em Portugal não foge à regra Europeia. Nos últimos 6 anos tem-se registado uma descida constante, encontrando-se agora nos 5,3%. Este factor deve-se maioritariamente à ausência de oferta nova no segmento de escritórios e tem vindo a decair gradualmente desde 2013. Deverá verificar-se uma inversão desta tendência nos próximos 2/3 anos, com a entrada prevista de novos projectos no mercado. Entre os edifícios que já estão em construção (cerca de 198.000 m2 ) existem mais de cerca de 120.000 m2 de espaços que ainda não entraram em construção, somando um total de 320.000 m2 de novos espaços em stock para o período de 2020/22. Tendo em consideração que o ano de 2019 terminou com uma área disponível de cerca de 224.000 m2 , a adição deste novo stock irá aumentar significativamente a vacancy rate.

Da análise efectuada pela Worx, a zona 4 é neste momento a zona com a vacancy rate mais baixa de todo o mercado, situada nos 0,3%, correspondendo a menos de cerca de 1.100 m2 disponíveis, seguida pela zona 5 com cerca de 1,7% de taxa de desocupação. Esta diferença é justificada não só devido à reduzida oferta nova, mas também pelos elevados valores de absorção registados. A zona 6 sobressai com a maior vacancy rate nos 11,83%, apesar de ter sido uma das zonas que apresentou uma maior taxa de absorção: 2,7% dos 193.892 m2 colocados este ano.

A acompanhar a crescente procura no mercado de escritórios também os valores de renda prime têm mantido a sua trajectória de subida. A zona Prime CBD fechou o semestre nos 25 euros/m²/mês, verificando um aumento de 4 euros/m² comparativamente ao ano anterior.

O mercado de escritórios continua a ser um segmento atractivo, com um cenário de oferta nova muito escassa em desequilíbrio com os níveis de procura muito dinâmica, reforçando-se a oportunidade de escoar os escritórios usados. A nível de nova oferta para 2020 destacam-se projectos como o Defensores de Chaves 4 (4.576 m2 ), o Castilho 50 (6.211 m2 ) e o Malhoa 11 (6.300 m2 ).