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Centro Histórico do Porto tem plano de sustentabilidade para uma década

 

Centro Histórico do Porto tem plano de sustentabilidade para uma década

 

Centro Histórico do Porto tem plano de sustentabilidade para uma década

31 de março de 2021

O novo Plano de Gestão e Sustentabilidade do Centro Histórico do Porto património mundial, apresentado hoje, vai assentar em quatro eixos: património, população, economia, ambiente e mobilidade, numa estratégia para a próxima década.

“Nos próximos dez anos, queremos que o nosso centro histórico sendo respeitador do valor universal excepcional, (…) seja sustentável e não dependa de vontades, de políticas erráticas de conservação, mas que se sustente pela própria natureza do seu plano de salvaguarda”, assinalou o coordenador do Plano de Gestão e Sustentabilidade do Centro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do Pilar (CHPPM), Rui Loza, que apresentou esta manhã, numa iniciativa em formato digital, os principais eixos estratégicos.

O plano começou a ser preparado pela Câmara do Porto, através da empresa municipal Porto Vivo, SRU, no início de 2020, com a colaboração de diferentes agentes do tecido social, tendo-se baseado também no intercâmbio de conhecimento no âmbito do projecto europeu “AtlaS.WH – Património no Espaço Atlântico: Sustentabilidade dos Sítios Urbanos Património Mundial”, uma parceria internacional, entre cinco cidades Porto, Bordéus, Florença, Edimburgo e Santiago de Compostela.

 

Monumentos e sítios «em perigo»

O centro histórico do Porto é um dos três sitos incluídos no mais recente Relatório Mundial sobre Monumentos e Sítios em Perigo, revelado em Janeiro, onde estão identificados um total de 14 obras ou projectos em andamento ou realizados na área do centro histórico do Porto, entre os quais o projecto da Time Out para a ala sul da Estação de São Bento.

Sem pôr em causa o bem patrimonial, Rui Loza salientou que pretende-se ainda que o CHPPM, continue a ser atractivo para residentes, investidores e visitantes, integrador de comunidades diversificadas, activas e intergeracionais, com forte reconhecimento nacional e internacional.

 

Eixos estratégicos

Para cumprir essa missão o plano, desenvolve-se em quatro eixos estratégicos: Património (1), População, Habitação e Comunidade (2), Economia (3), Ambiente e Mobilidade (4).

No primeiro eixo estratégico pretende-se garantir a salvaguarda e valorização do património tangível e intangível, através da reabilitação sustentável, de uma gestão urbanística integrada e da capacitação, reconhecimento e divulgação do bem excecional.

No eixo 2, o objectivo assenta no aumento da população residente e dos níveis de conforto habitacional e no reforço da coesão e valores comunitários.

No eixo da Economia, o plano aposta na promoção da diversidade, inclusão e sustentabilidade económica e na promoção da criatividade e da inovação, tendo como uma das linhas de acção o turismo inclusivo e sustentável.

Por último, no eixo do Ambiente e Mobilidade, pretende-se melhorar a mobilidade e sustentabilidade, reforçar a sustentabilidade ambiental e aumentar a resiliência.

 

Porto não é só Turismo...

Na sua intervenção, o arquiteto começou por traçar um diagnóstico, onde foram identificadas vulnerabilidades sociais na área do Centro Histórico, onde a população é mais idosa, com nível de escolaridade baixo, e onde o desemprego e o número de famílias com fragilidades económicas é elevado.

Já em matéria de mobilidade e sustentabilidade, referem-se como principais problemáticas, a falta de estacionamento para residentes, as diferenças de cota no território, e aponta-se, entre outras, a necessidade diminuir a circulação automóvel e de intervir de forma “urgente” no tabuleiro da Ponte Luiz I, dando segurança aos transeuntes.

Durante o debate, Rui Loza, esclareceu não estar previsto no plano de gestão do CHPPM alterar regulamentos, mas é produzir, ao longo da próxima década mais manuais de boas práticas no sentido de apoiar técnicos, os promotores, os donos de obra, para utilizando essas boas práticas tenham a vida facilitada.

Numa intervenção que abriu a iniciativa, o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, referiu que o desafio “é fazer perceber a todos os actores intervenientes na construção da cidade que o valor patrimonial pode e deve ser integrado na equação económica do investimento”.

Durante a manhã, também o vereador da Economia, Turismo e Comércio, Ricardo Valente, abordou a temática da preservação do património cultural versus economia, tendo salientando que “a lógica de que a cidade do Porto é só turismo, é uma lógica que já não corresponde”.

Segundo o responsável do pelouro, o investimento empresarial, ultrapassou o investimento turístico na cidade do Porto, de acordo com os dados da Invest Porto.

Lusa/DI