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Braga: Plano para as Sete Fontes em discussão pública

28 de agosto de 2020

Braga vai ter um grande parque verde que se estende ao longo de 30 hectares e cujo elemento central será o ancestral sistema de abastecimento de águas à Cidade de Braga, uma obra hidráulica do século XVIII.

O período de discussão pública do Plano de Urbanização das Sete Fontes, em Braga, decorrerá de 05 a 30 de Setembro, visando receber "contributos formais" sobre um dos "mais importantes" projectos para a cidade, disse hoje fonte da autarquia.

Braga terá um grande parque verde cujo elemento central será o ancestral sistema de abastecimento de águas à Cidade de Braga, uma obra hidráulica do século XVIII. O parque será de usufruto público e, além de uma área florestal privada, contará com praças, pequenas edificações, várias entradas e circuitos pedonais.

A par deste período de discussão pública, cujo aviso foi hoje publicado em Diário da República, a Câmara decidiu também abrir um período de discussão pública da alteração do Plano Director Municipal de Braga para a área das Sete Fontes, que decorrerá, igualmente, entre os dias 05 e 30 de Setembro.

Contudo, a Câmara de Braga pretende "estender" o prazo de discussão, segundo explicou, o vereador do Urbanismo da autarquia, Miguel Bandeira.

Aquele responsável destacou o "impacto muito grande" para o município da criação do Parque das Sete Fontes.

"É um projecto importante para a cidade. A discussão já começou há muito tempo e agora queremos os contributos formais, e a lei também exige este tempo de discussão pública. Com este período de consulta queremos também enriquecer e valorizar a participação da cidade na concretização do projecto das Sete Fontes", sustentou Miguel Bandeira.

No final de Junho, aquando da votação das alterações no PDM para a área do complexo das Sete Fontes, a autarquia explicou que, com as alterações aprovadas pelo executivo, pretendia-se assegurar a concretização do Parque das Sete Fontes e o seu usufruto pela população, "assumindo-o como uma componente de uma vasta ocupação florestal que penetra na cidade".

 

Conservar e valorizar

Localizadas na freguesia de São Victor, as Sete Fontes são um antigo sistema de abastecimento de água à cidade de Braga, datado do século XVIII.

Estão classificadas como monumento nacional desde 25 de maio de 2011.

No texto, o vereador do Urbanismo explica que "o projecto procura assegurar a conservação e valorização do monumento nacional, a salvaguarda da adução de água ao monumento e a gestão das águas pluviais, drenagem encaminhamento e retenção", explica.

O Plano de Urbanização das Sete Fontes, elaborado por Jorge Carvalho, assegura a salvaguarda e a valorização do antigo sistema de abastecimento de águas à cidade.

Pretende estabelecer uma relação "mais funcional" entre as Sete Fontes e os núcleos envolventes, nomeadamente com a freguesia de Gualtar, com o hospital, Areal/Alegria, Areal de Baixo e Areal de Cima, qualificando a malha urbana envolvente e definindo uma frente de parque capaz de o dinamizar e qualificar.

 

Ecoparque

Com a criação do ecoparque, a Câmara, para além da dimensão de proteção de salvaguarda e conservação daquele monumento nacional, pretende promover um desenho que facilite a apropriação dos sistemas naturais (regeneração de habitats, promoção e instalação de novos habitats, caminhos da água, vegetação existente), sem deixar de considerar a dimensão social e recreativa.

Em 18 de Agosto, a câmara de Braga adquiriu os "primeiros terrenos" para a construção do "futuro Parque das Sete Fontes", comprados à Província Portuguesa da Consagração das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.

A autarquia comprou 9.714,85 metros quadrados de área, sendo que 7.348,85 são para "afectar ao futuro parque" e os restantes 2.366 destinam-se à "regularização da titularidade" de infraestruturas viárias de acesso ao futuro Parque e ao Hospital de Braga.

Os 7.348,85 metros quadrados que serão afetos às Sete Fontes custaram 14,20 euros o metro quadrado (num total de 104 353 euros), em linha com a proposta apresentada a todos proprietários.

O Plano de Urbanização (PU) perspectiva a salvaguarda e valorização do Ecoparque das Sete Fontes, reforça a sua relação com o espaço envolvente e qualifica a rede viária, relevando a dimensão patrimonial existente.

A infraestrutura que durante centenas de anos abasteceu Braga será o coração do programa do Parque das Sete Fontes. Os cerca de 30 hectares de parque resultam do Estudo Urbanístico em curso, do objectivo de assegurar a conservação e valorização do Monumento Nacional, assim como da salvaguarda do abastecimento de água à infra-estrutura, respeitando a definição da Zona Especial de protecção do monumento.

Lusa/DI