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BEI e a UCI formalizaram acordo para impulsionar a renovação dos edifícios existentes

12 de maio de 2021

BEI e UCI trabalham em conjunto na renovação do parque residencial em Portugal e Espanha para reduzir as emissões de CO2 até 10.269 toneladas por ano.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a União de Créditos Imobiliários (UCI) - uma joint venture entre o Banco Santander e o Grupo BNP Paribas - formalizaram um acordo para impulsionar a renovação dos edifícios existentes, que envolve um investimento de 50 milhões de euros numa titularização de 480 milhões de euros de hipotecas residenciais com origem em Espanha (RMBS Prado VIII) para financiar novos empréstimos verdes e sustentáveis em Portugal e Espanha.

Embora o financiamento esteja principalmente orientado para a renovação de edifícios, também serão elegíveis empréstimos hipotecários para a compra de casas com elevados padrões de eficiência energética.

Esta será a segunda operação realizada pelo BEI com a UCI, tendo a anterior tido lugar em Maio de 2020, através do investimento do BEI numa parcela de 100 milhões de euros do RMBS Green Belém 1 (a primeira emissão de obrigações verdes com garantia hipotecária em Portugal lançada pela UCI). Recorde-se que por esta operação, a UCI recebeu o prémio Sustainable Finance da Euronext Lisbon Awards pela sua contribuição activa para o desenvolvimento do mercado de capitais em Portugal e pelo seu impacto positivo nas questões ambientais, sociais e de governação empresarial.

O projecto contribuirá para a mitigação das alterações climáticas e está alinhado com a "onda de renovação" da Comissão Europeia. A poupança final total de energia em Portugal e Espanha está estimada em 57,3 GWh/ano a partir do momento em que os fundos sejam totalmente desembolsados, o que corresponde a uma poupança de 10.269 toneladas/ano de CO2 equivalente ao consumo anual de energia de 14 000 lares. Além disso, espera-se que os projetos financiados pela UCI com o apoio do BEI criem cerca de 940 empregos por ano durante o período de construção.

A propósito desta operação o Vice-Presidente do BEI, Ricardo Mourinho Félix, responsável pela actividade do banco da UE em Espanha, afirma "actualmente, cerca de 75% do parque imobiliário tem uma baixa eficiência energética e, o que é mais crítico, quase 85-95% deles estarão ainda em uso em 2050”.

“Estamos, portanto, muito orgulhosos de apoiar a UCI na condução de projectos e investimentos ecológicos para melhorar significativamente a eficiência energética em Portugal e Espanha”, afirmou ainda o responsável, concluindo dizendo que “a actual pandemia não nos deve fazer esquecer de que a recuperação da economia na Europa deve continuar a concentrar-se na ação climática”.

Já o CEO da UCI, Roberto Colomer, afirma "estamos orgulhosos de poder alargar a nossa parceria com o BEI para continuar a desenvolver a nossa estratégia de financiamento sustentável na Península Ibérica e contribuir para a descarbonização do parque habitacional em ambos os países".

Os empréstimos abrangidos por esta parceria cumprirão os critérios estabelecidos pela Federação Hipotecária Europeia no âmbito do Plano de Acção para a Eficiência Energética (EEMI). Em particular, as operações de renovação devem gerar uma melhoria na eficiência energética da propriedade de pelo menos 30%, enquanto o financiamento para a compra de novas habitações deve ter um consumo de energia mais baixo. Ambos os critérios estão de acordo com os estabelecidos para se qualificar para o Selo de Eficiência Energética (EEM Label), uma iniciativa em que a UCI é também pioneira em Espanha e Portugal.

O Secretário-Geral da Federação Hipotecária Europeia, Luca Bertalot refere que “estamos satisfeitos em ver que o rótulo EEM está a actuar como um catalisador de mercado que alinha as partes interessadas privadas e o setor público no objetivo comum de criar consciência e um novo paradigma verde com benefícios concretos para os consumidores e transparência para os investidores. O mercado está a virar a página em direcção a um futuro mais sustentável para todos".