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2018: Mercado imobiliário do Porto a caminho de todos os recordes

28 de novembro de 2018

No fecho de 2018, a venda de casas na Área Metropolitana do Porto deve subir 17%, o metro quadrado já vale em média 2.400 euros no Centro Histórico e a ocupação de escritórios deve passar os 100.000 m2.

Segundo o estudo “Perspetiva Imobiliária do Porto” da consultora CBRE, o Porto continua no radar do imobiliário e 2018 têm-se revelado um ano recorde para a cidade nortenha, antevendo-se a venda de cerca de 30.000 casas na Área Metropolitana do Porto este ano, um aumento de 17% relativamente ao ano passado. Atualmente, no Centro Histórico e na Zona Ribeirinha o metro quadrado já vale em média 2.400€, ultrapassando a Foz, tradicionalmente a zona mais cara da cidade.

O relatório da consultora indica que o Porto entrou no radar das empresas multinacionais, nomeadamente de sectores de tecnologias de informação e de investigação e desenvolvimento, que cada vez mais encontram na cidade o privilégio de juntar recursos humanos qualificados e uma elevada qualidade de vida. Prova disso é a inclusão do Porto no ranking dos clusters tecnológicos em crescimento na região EMEA.

Escritórios registam dinamismo sem precedentes

"Até Setembro deste ano foram ocupados 70.000 m2 em escritórios localizados na região, um recorde absoluto que deverá ser ultrapassado já em 2019, já que o pipeline excede os 100.000 m2, com 25% do espaço já comprometido. Ainda assim, a escassez de oferta continua a ser um dos principais desafios, que tem levado a um aumento continuado das rendas prime, principalmente nas zonas da Boavista e Baixa, onde o crescimento foi de 18% no último ano", lê-se no estudo.

O desenvolvimento do mercado imobiliário tem sido também alavancado pela expansão da marca Porto no estrangeiro e conduzido a um aumento significativo do turismo na cidade, reflectido num aumento de 140% no número de passageiros que desembarcaram no Aeroporto Francisco Sá Carneiro nos últimos 10 anos. Apesar da maior oferta de alojamento local, os hotéis continuam a verificar um aumento na receita média por quarto disponível, que se prevê que seja na ordem dos 8% em 2018, atingindo aproximadamente os 72 euros.

Luís Mesquita, director da CBRE Porto, acredita que “a internacionalização do Porto, quer em termos turísticos, quer em termos de investimento, mostra que a cidade está num momento único do mercado imobiliário, que tem permitido impulsionar sectores como o turismo, escritórios ou comércio. O Porto de hoje é totalmente diferente do que era há 5 anos atrás e isso está espelhado no dinamismo sem precedentes da procura".

Para 2019, as projecções apontam para a abertura de 530 novos quartos, com destaque para o Yotel, cadeia de hotéis que escolheu a cidade do Porto para inaugurar o seu primeiro hotel na Península Ibérica. O crescimento do turismo, a par com os indicadores de desempenho no setor hoteleiro, têm atraído a atenção de diversos investidores para este mercado. Este interesse está espelhado nas transações do InterContinental Palácio das Cardosas e do Maison Albar Hotels Le Monumental Palace, ambos por um valor por quarto recorde, de aproximadamente 500.000€.

Este crescimento do turismo, juntamente com o do consumo privado, tem também impulsionado o comércio de rua no centro histórico do Porto. Nos primeiros noves meses de 2018, as principais artérias de comércio do Porto assistiram ao nascimento de mais de 30 lojas, um número quatro vezes superior às inaugurações registadas no período homólogo. Como tal, o número de lojas disponíveis nas principais artérias comerciais no centro histórico é cada vez mais reduzido, impulsionando a subida das rendas nomeadamente em Santa Catarina e Clérigos, onde os valores aumentaram 33% e 13%, respectivamente, no período de um ano.

A Avenida dos Aliados apresenta-se como a zona com maior potencial de crescimento e transformação no centro histórico da cidade invicta. A reabilitação de diversos edifícios deverá disponibilizar mais de 20 novas lojas entre 2018 e 202, o que vai permitir esta artéria recuperar o protagonismo de antigamente.

Novas residências para estudantes

O estudo destaca também o facto de o Porto ser uma cidade preferencial para muitos alunos do ensino superior, que fazem dela a segunda maior região do país em número de estudantes. Mas não só os estudantes portugueses elegem a cidade invicta para prosseguir os seus estudos, os estudantes estrangeiros têm vindo a descobrir a cidade, tendo o número aumentando 79%, nos últimos cinco anos.

À semelhança do que acontece no resto do país, a oferta de alojamento de estudantes no Porto consiste, predominantemente, em apartamentos particulares e residências institucionais pertencentes a universidades ou instituições religiosas. No entanto, a cidade já conseguiu atrair grande operadores internacionais que se estima vão permitir um acréscimo de mais de 3.000 camas em projectos de residências de estudantes especializadas no Porto.

Sobre a oferta de alojamento para estudantes na cidade, Luís Mesquita concluí que “o desafio neste sector passa pela capacidade de encontrar soluções que permitam continuar a atrair alunos nacionais e estrangeiros para estudar no Porto. Neste momento, a oferta de alojamento de estudantes com gestão especializada é ainda muito reduzida, no entanto os dados da CBRE mostram que a tendência se está a inverter e antecipamos que os projectos existentes possam ser o inicio de uma mudança positiva”.

Estima-se que com os novos projectos em desenvolvimento, os preços para um quarto individual e para um estúdio subam para 400 euros/mês e 500 euros/mês, respectivamente.