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APPACDM da Trofa - Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental

APPACDM da Trofa vai ser requalificada

9 de fevereiro de 2023

A APPACDM da Trofa - Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental vai ser alvo de uma profunda intervenção, que visa a requalificação e reabilitação do actual edificado para a valência de Lar Residencial para os utentes da instituição. O projecto é da autoria do gabinete de arquitectura ad quadratum arquitectos.

A intervenção prevê, de forma criteriosa, um conjunto de demolições e construções, visando a configuração de espaços eficientes, seguros e adequados à resposta social ambicionada, adequando o edificado pré-existente à resposta social de Lar Residencial para cidadãos portadores de deficiência, cumprindo as melhores práticas de acessibilidade, previstas no Decreto-Lei n.º 163/2006, de 8 de Agosto.

"É propósito do projecto estabelecer como condições a plena integração e respeito pelos utentes deste edifício. A edificação que serve de base à intervenção apresenta-se como um "esqueleto" suscetível de recondicionamento (em alguns parâmetros, profundo) e uma pequena ampliação, adequando-o ao organigrama funcional, regulamentar e legalmente muito condicionado desta tipologia de edifícios, onde impera a configuração de espaços eficientes, seguros e acessíveis", refere o arquiteto responsável pelo projecto, José António Lopes, CEO do gabinete ad quadratum arquitectos.

Um edifício. Um espaço para todos

O local da pretensão é, em grande parte, ocupado por edificação de três pisos (térreo e dois andares) e diversos logradouros, conjunto que se encontra praticamente vazio e sem qualquer ocupação, apresentando de forma manifesta indícios de degradação e avarias decorrentes de deficiências construtivas e da falta de manutenção.

Uma pequena área de ampliação e a recomposição pontual de fachadas completam o âmbito da intervenção que abrange, ainda, a qualificação dos espaços exteriores, imediatamente adjacentes ao edificado. "Decorrente da reconfiguração das fachadas, proceder-se-á também à execução de pequenas áreas de demolição de paramentos, sempre sem afetação estrutural e os arranjos exteriores envolventes ao conjunto edificado aqui proposto visam, essencialmente, a dotação de condições de pleno usufruto público pelos utentes ou pessoal técnico e auxiliar", refere José António Lopes.

A intervenção dotará o conjunto edificado de uma nova orgânica de funcionamento, apresentando de modo eficiente todo um conjunto de sistemas otimizados para a sua operacionalização, destacando-se:

- a demolição prévia de estruturas inadequadas à utilização e utentes do edifício;

- a concepção padronizada das unidade de alojamento, visando a uniformização dos procedimentos e a equidade das condições de conforto e serviço;

- a organização optimizada dos circuitos e espaços técnicos e de serviço, viabilizando a sua gestão por necessidade e valência;

- a refuncionalização de todas as redes infraestruturais e dotação das necessárias para operacionalização dos serviços e utilização do edifício, considerado o elevado nível de solicitação a que são submetidos;

- a dotação das condições de segurança – activa e passiva – a vários níveis, nomeadamente contra o risco de incêndio e acessibilidade universal;

- e o recondicionamento dos espaços exteriores utilizáveis, dotando-os de uma racionalidade de uso adequada à utilização pelos vários públicos.

Os espaços interiores do novo edifício da APPACDM da Trofa serão distribuídos em absoluta observância com o quadro regulamentar e legal aplicável, nomeadamente a portaria n.º 59/2015 de 2 de Março: recepção, direcção e serviços administrativos, instalações para profissionais, espaços de convívio e atividades, instalações sanitárias, refeitório, alojamento, cozinha, lavandaria e serviços de apoio.

"A edificação continuará a apresentar-se, ainda que qualificada, com o mesmo grau de protagonismo urbanos, devido à sua implantação e topografia da envolvente, que se mantém inalterada com esta intervenção", garante o arquiteto José António Lopes.

Consideradas as características da pretensão, prevê-se que a intervenção a realizar oportunamente - o processo está já licenciado - seja efectuada numa única fase.


APPACDM da Trofa - Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental


Um país acessível para todos é uma intenção e uma prática no gabinete de arquitetura ad quadratum arquitectos, que considera que cumprir as regras de acessibilidades previstas no Decreto-Lei é um dever de todos.

Acessibilidades para todos é um tema que o arquiteto José António Lopes tem vindo, desde a sua prática profissional, de cerca de 30 anos, a debater, com o intuito de chamar a atenção da sociedade para a sua importância.

"Nunca é demais relembrar que as questões da acessibilidade e da mobilidade reduzida não são uma preocupação afeta apenas aos deficientes. Crianças ou idosos, acidentados ou portadores de doenças debilitantes, quem transporta bagagem ou um carrinho de bebé, todos, enquanto condicionados na sua mobilidade, devem entender-se como "pessoas portadoras de mobilidade reduzida", para os quais o meio construído apresenta dificuldades à interação, sejam ao nível da acessibilidade física, da orientação ou do acesso à informação", considera José António Lopes, salientando que "existe um número demasiado elevado, e diga-se, assustadoramente crescente de cidadãos, para quem espaços, edifícios, produtos e serviços prestados pela cidade, apresentam um elevado grau de inadequação às suas necessidades, sejam estas permanentes ou temporárias. É preciso repensar as acessibilidades!".


Arquiteto José António Lopes


No enquadramento das melhores práticas e do enquadramento legal e regulamentar de referência, nomeadamente do Decreto-lei 163/2006 de 8 de Agosto, o gabinete de arquitetura ad quadratum arquitectos assegura, em todos os seus projetos, o uso e usufruto acessível dos principais espaços do habitar, sejam interiores ou exteriores, garantindo assim a sua utilização plena e para que possa ser feita por utilizadores portadores de condições à mobilidade.

"Um edifício, um espaço, um equipamento público, um produto ou um serviço dito "inclusivo" ou "para Todos", garante, necessariamente, um leque maior de utilizadores, maior frequência de uso, comodidade das interações e, numa lógica mais radicalmente económica, um alargamento do mercado alvo, das margens de lucro e da reputação ou imagem pública do produto, serviço, instituição ou da cidade no seu todo", atenta José António Lopes.